A masculinidade não é tóxica: é o interior do homem

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Recentemente, nas redes sociais, com a fatalidade ocorrida no acidente com o jornalista Boechat da TV Bandeirantes, se alastrou pelas redes uma imagem curiosa e que tempo depois foi desmascarada. Nela, havia o caminhão que atingiu o helicóptero e o motorista preso na cabine e sendo ajudado por uma mulher. Toda a mídia e inúmeras pessoas usaram-se do fato, ainda mais porque na fotografia apareciam outros dois rapazes filmando e não se propondo a ajudar a moça.

O que não foi muito comentado é que depois descobriram que na mesma foto tinha outros dois homens escondidos e ajudando a moça a resgatar o motorista. Entretanto, dada a tendência progressista de muitos usuários das redes, eles se aproveitaram e o assunto da vez se tornou a masculinidade e a atitude frouxa de muitos homens.

No geral, quando esse assunto é tratado pelas pessoas comuns, sempre há um apelo enorme aos símbolos. Os símbolos são aquilo que remetem a algo, mesmo não sendo a coisa em si. Então, o tratamento dado é realizado somente com base em características que os homens incorporam e proporcionam: cavalheirismo, trabalho árduo, coragem, força e proteção.

O homem tal como criado por Deus possui uma essência que o define enquanto sexo masculino. Há algo característico no homem que o torna homem e está dissociado de qualquer outro ser humano. Através do início das escrituras podemos compreender melhor.

Em Gênesis, apreendemos do Autor Sagrado algumas características de Deus, que é criador e Pai. A primeira pessoa da Santíssima Trindade é a mais enigmática de todas, enquanto que o Filho se encarna, se revela e torna-se visível a nossos olhos e, no caso dos apóstolos, até palpável; o Espírito Santo possui inúmeras imagens simbólicas que o representa: Fogo, água (caso do mergulho do batismo), a pomba, etc.

Entretanto, a primeira pessoa, o Pai, não possui nada que possa relacionar-se conosco e facilite a visualização. Talvez essa característica o torne a pessoa divina mais distante das devoções cristãs. Porém, São Paulo diz-nos o seguinte:

Efésios 3,14-16
[14] Por esta causa dobro os joelhos em presença do Pai,
[15] ao qual deve a sua existência toda família no céu e na terra,
[16] para que vos conceda, segundo seu glorioso tesouro, que sejais poderosamente robustecidos pelo seu Espírito em vista do crescimento do vosso homem interior.

Com isso, percebemos que Deus Pai quis estabelecer no homem do sexo masculino a relação e a imagem que seria estabelecida dele. Todo homem que existe foi feito para refletir as características de Deus Pai da forma mais exemplar em sua masculinidade e isso já responde as objeções do porquê Jesus teria se encarnado enquanto homem e não mulher. Ele queria evidenciar essa lição.

Passamos ao Gênesis. Segundo o livro “O silêncio de Adão”, temos as seguintes observações reveladas:

Observação nº 1: A primeira coisa revelada sobre Deus, na Bíblia, é que Ele é o CRIADOR e que criou Falando PARA DENTRO DA ESCURIDÃO. Esta observação é discutida nos Capítulos 4 e 5.

Observação nº 2: A primeira coisa revelada sobre o homem, na Bíblia, é sugerida pela palavra hebraica, em Gênesis 1.27, que é traduzida para o português como MACHO. O Capítulo 6 reflete sobre a importância dessa palavra.

Observação nº 3: A primeira coisa que Deus mandou Adão fazer foi dar nome aos animais. Adão foi chamado a “fazer com que a ordem passasse a existir através da palavra falada” onde antes nenhuma ordem havia, exatamente como Deus fizera na Criação. Quando Adão falou, houve ordem.

Podemos perceber isso no homem nas seguintes formas:

  1. O homem tende a ser realmente o ordenador das coisas. Mas ele ordena sempre adentrando a algum aspecto caótico e escondido do cosmos. A primeira noção que possuímos disso é o sexo. Para gerar uma nova vida o homem precisa penetrar e adentrar a mulher que, por sua vez, é permeada pelo caos produzido pelos hormônios no período da fertilidade e que possui o órgão puxado para dentro, dando a sensação de escuridão e escondimento. Após terminado o ato, o homem gera uma nova vida, vida que é associada à Luz e à ordem.
  2. O timbre de voz do homem também demonstra isso. O tom mais grave tem como função na música ordenar as sequências harmônicas de tal modo que por meio delas você possua noção da sequência a ser adotada, além de também conferir ritmo, bastando ver que a cadência da música é proporcionada pelo baixo, bateria ou percussão (instrumentos de tom grave). Também possui a função estabilizadora.
  3. Homens sempre estiveram responsáveis ou foram chamados como num eco interior a se organizarem em grupos para sair de locais protegidos, onde já há ordem, e adentrar em locais dominados pelo caos para estabelecer a ordem e conferir estabilidade. As grandes navegações e as guerras são exemplos.

Sendo assim, percebemos que o principal elemento constituinte da masculinidade é o ímpeto pela solução de problemas: adentrar naquilo que parece ser caótico e estabilizar. Por isso, muitas mulheres sentem-se ofendidas quando os homens dizem que elas são complicadas. Isso já sabem. No entanto, de forma até instintiva, esperam que o homem saiba tranquilizá-la e resolva a situação.

O exposto nos faz perceber que todos os elementos simbólicos associados à masculinidade estão relacionados diretamente com esse elemento ordenador: o trabalho tira o caos econômico e espiritual do lar e fornece sustento e apoio; a barba pode fornecer ao homem o tom sério e respeitoso necessário à imposição da ordem; os músculos, a força e capacidade de resolver situações de enfrentamento.

O principal é o ímpeto. Muitos homens tem se apegado a tais elementos externos para esquecer de alimentar esse interior masculino que é próprio de si. É esse ímpeto capacitador das atitudes de nobreza, do senso de responsabilidade, de proteção ao mais fraco, da necessidade em ser sempre verdadeiro, mesmo custando-lhe a vida. Essa é a espinha dorsal da masculinidade.

E não, ela não está tão distante. Como vimos, o próprio Deus falou das trevas para brotar a Luz. E ao permitir ao primeiro homem o dom de nomear todos os animais, conferiu a este a capacidade de ordenar todo o universo inteligível mas que esteja caótico aos olhos de todos os homens. Acontece que os homens têm negado o fortalecimento interior por ser algo difícil e trabalhoso de conquistar. O bloqueio desse ímpeto é formado quando somos criados por nossas mães, onde estamos protegidos, seguros e cercados, e jamais precisaremos enfrentar o caos e a escuridão.

O homem moderno, seja ele de esquerda ou direita, tem se apegado a símbolos externos para evitar fazer esse treinamento espiritual. O “feministo” procura o Estado ou coletivos de esquerda para se proteger. O conservador ostenta atributos como barba e músculos e sabe agir com cortesia, mas muitos se amedrontam diante das adversidades.

Cultivemos a força do espírito, imitemos a São José e Nosso Senhor Jesus Cristo, aos grandes heróis e santos e retomemos fibra interior a qual já possuímos e apenas está inibida. Pois, como dizia Chesterton:

“Homens corajosos são vertebrados: têm a maciez na superfície e sua firmeza está no meio. Mas esses covardes modernos são crustáceos: sua dureza está toda na casca e sua moleza está dentro.”

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