Valores e Tradição importam, sim!

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“Sem a família, tornamo-nos dependentes do Estado.”
– G.K. Chesterton

É muito comum num país acostumado ao debate superficial e corriqueiro, a acompanhar diversas manchetes de jornal e comentá-las, perdermos o senso das proporções. Talvez nunca tenhamos desenvolvido-o. Isso porque o senso das proporções é o que nos dá a justa medida dos acontecimentos reais, da sua importância verdadeira e seu real impacto. Uma sociedade que perdeu o valor e o interesse pela sua cultura formadora se acostumará com o jogo sujo e corriqueiro que tende a dominar a política.

O professor Olavo costuma repetir a clássica frase de Hugo Von Hofmannstal:

“Nada está na realidade política de um país que não esteja antes na sua literatura.” 

E não existe maior realidade do que esta. Tendemos a acreditar que os acontecimentos políticos devem ser o supra sumo da cultura e do alicerce social num país. Mas isso não é verdade. A ação humana é fruto do estado da alma do sujeito e os elementos culturais são os grandes responsáveis por formar uma civilização, seus modos e seus costumes, o que inclui, obviamente, a formação política.

Em um trecho do seu conhecido livro A Democracia na América, Alexis de Tocqueville, um dos expoentes do pensamento conservador no Ocidente, diz-nos a respeito da formação social do estado e da sociedade americana:

“O povo americano desenvolveu costumes e leis adaptados a esse estado social e cultural, enquanto os povos europeus foram herdeiros dos Estados Centralizados, contraditórios com o desenvolvimento das instituições políticas ou de costumes nacionais democráticos. No primeiro caso, a história subordinou o Estado à sociedade. No segundo, ela entrega a sociedade ao Estado.”

Pietá – Michelangelo

O estado se agiganta e detém todo o poder sobre a sociedade quando os indivíduos encontram-se fragilizados e perdem a força da sua personalidade.

Não há nenhuma força maior que a força da Personalidade, como sabiamente disse Olavo de Carvalho, e a devoção diante da religião, da tradição ocidental, o estudo dos clássicos, a formação de uma família, sempre serão os verdadeiros motores da vida política. Os socialistas entenderam isso e desenvolveram a tática do desmonte cultural do Ocidente, atacando os valores, o estilo de vida ocidental e também as instituições que sustentam a todos esses elementos. Daí que o cristianismo perdeu seu espaço na sociedade: as famílias se diluíram, a educação tornou-se apenas um aparato técnico de corporações globais e o estado torna-se cada vez mais presente na vida humana.

Ser conservador…

Quanto mais politizada é uma sociedade, mais ela será inculta e tremendamente frágil. Isso porque a política, via de regra, é fruto do imediatismo e torna o homem preso nas suas circunstâncias momentâneas. Ser conservador vai muito além de um posicionamento político, mas torna-se uma postura da alma, do sujeito que, diante da confusão reinante, decide amar e preservar tudo aquilo que é valioso para a sua sociedade. Não é uma atitude distanciada, é um ato de assumir esses valores na sua própria vida.

Quer defender melhor a família? Tenha uma. Quer defender melhor o Cristianismo? Pratique-o como os mártires e santos o praticaram. Quer defender melhor a tradição, beleza e cultura clássica? Leia as obras dos gregos, a Illíada, a Divina Comédia. O conservador só entra na política quando percebe que tudo isso pode ser destruído.

Um convite ao equilíbrio

Marco Antônio – Símbolo da União de Política e Cultura

Feita essa exposição, não quero dizer que devemos abandonar a política e deixar Bolsonaro e a sua equipe abandonados, sem apoio político. Entretanto, devemos buscar um equilíbrio justo. Buscar transcender todo o nosso conhecimento para além da política do dia-a-dia.

Os maiores líderes da humanidade, alguns deles também símbolos do conservadorismo, sempre souberam manter a justa medida entre a política do dia-a-dia e o crescimento espiritual e intelectual, acompanhados dos valores familiares.

Churchill era estadista? Sim! Mas também era pintor. Marco Aurélio era estadista e se ocupava da política? Sim! Mas também era filósofo. São Luís, rei da França e guerreiro das cruzadas, era estadista? Sim! Mas foi pai, foi um bom católico. São Thomas Moore era chanceler de Henrique VIII, mas foi extremamente culto e devotado a sua fé.

O ideal que devemos buscar não reside nos tablóides dos jornalecos esquerdistas, nem tampouco nos comentários ditos na câmara. Tudo isso é passageiro e em menos de duas décadas virará cinzas diante da história humana. Este ideal reside nas Igrejas, na formação de uma família e nos livros, aqueles que foram escorraçados e destituídos do seu lugar de importância em nossa sociedade. E é nisso que devemos devotar grande parte de nosso tempo.

É assim que venceremos essa batalha. E se não conseguirmos vencê-la, ao menos salvaremos a nossa alma.




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