STF, criminalização da homofobia e as três revoluções

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A instituição menos prestigiada e mais execrável do Brasil fez jus a sua moral e aprovou uma lei de mordaça a mais de 70% dos brasileiros, que são declaradamente cristãos. Instituição essa que deveria ser a guardiã da Constituição, e mais uma vez violentou a crença e a opinião pública brasileira, teoricamente protegidas pelo referido diploma legal.

Em meio ao embate e crise política interna, o professor e filósofo tomista Carlos Nougué nos tem alertado que o perigo para o Brasil não é apenas a ameaça vermelha ou simples “comunismo”, mas sim o perigo das três revoluções, a liberal-democratista, a comunista e não menos importante a marcusiana, que atinge a crença e a religião da imensa maioria dos brasileiros.

O STF não tem prerrogativa de legislar, e criou essa lei absolutamente absurda. No Brasil, o Supremo julga segundo as próprias leis que cria. Não existe tripartição do poder.

A decisão viola a liberdade religiosa. Fiéis podem pregar livremente, desde que estejam alinhados à agenda preferida dos ministros. Ou seja, não podem pregar, como verificado na tese que equipara o lobby LGBT ao crime de racismo:

 “Desde que tais manifestações não configurem discurso de ódio, assim entendidas aquelas exteriorizações que incitem a discriminação, a hostilidade ou a violência contra pessoas em razão de sua orientação sexual ou de sua identidade de gênero.” [1]

Há saída política para o Brasil? [2]

No mundo atual, confluem politicamente três revoluções: a liberal-democratista, a comunista e a marcusiana. A primeira provém, antes de tudo, da Revolução Francesa; a segunda, a maquinação diabólica de Karl Marx; a terceira, destas duas e do “marxismo cultural” da Escola de Frankfurt, cujo representante mais efetivo e talvez até mais diabólico foi Herbert Marcuse.

Pois bem, limitando-me aqui ao mais evidente (em razão do curto espaço), o mundo hoje é hegemonicamente marcusiano, pelo cumprimento da antinatural pauta globalista e democratista, pelo regime político majoritário: o republicano fundado no sistema partidário e no sufrágio universal.

Há, é verdade, monarquias fundadas nesses mesmos princípios (Espanha, Holanda, etc.), e a maioria delas é hegemonicamente marcusiana. A revolução mais estritamente comunista reduz-se a países da América Ibérica, Coreia do Norte e a poucos mais.

Para que nos certifiquemos do malefício da Revolução (ou seja, daquela tríplice revolução), olhemos tanto para o convulso mundo contemporâneo – à beira da desagregação – como para a alternância de democratismo e de comunismo desde o século XIX, a qual não se atenuou senão com a referida hegemonia da revolução marcusiana – a causa principal da referida desagregação. Naturalmente, se se pergunta se é preferível viver sob o comunismo ou sob o democratismo, a resposta é óbvia em princípio: sob o democratismo, porque, como dizia Santo Tomás de Aquino, onde mais participam, menos são oprimidos. Mas trata-se de que o mesmo liberal-democratismo é o pasto de onde germinam tanto a revolução comunista como a marcusiana, como se patenteia pela referida alternância, pelo fato de que o comunismo não é senão uma extensão do jacobinismo, etc.

Ora, os defeitos do democratismo residem, justamente, em seus dois fundamentos. Para que se entenda, diga-se que tinha toda a razão o liberal conservador Edmund Burke ao dizer que a democracia inglesa era de 400 mil famílias: batia-se assim contra o sufrágio universal, uma aberração jacobina que, por exemplo, faz que no Brasil um drogado de 16 anos tenha o mesmo peso eleitoral que o nosso Desembargador Ricardo Dip. Mas equivocava-se o mesmo Edmund Burke ao ser, ele mesmo, o constituidor do sistema partidocrático que hoje nos avassala: porque, com efeito, não só os partidos atuam em ordem às próximas eleições, senão que, para serem tais, têm de forçosamente cristalizar-se em torno de alguma ideologia e/ou de algum centro oligárquico. Se, pois se soma à partidocracia a revolução marcusiana, tem-se o apocalíptico tempo em que nos coube viver. A título de ilustração, digo que defendo sem hesitar o regime misto propugnado por Santo Tomás de Aquino: misto de monarquia, de aristocracia e de democracia. Mas democracia não democratista, ou seja, sem partidos – e ele já conhecia os guelfos e os gibelinos… – nem sufrágio universal, um pouco aqui na linha de Burke e as suas 400 mil famílias. Diferentemente talvez de Burke, porém, o regime misto de Santo Tomás pressupunha em quase toda a extensão a virtude, na linha agora do Pio XII do pós-guerra.

Se se pergunta, todavia, se tal regime é factível no mundo ou no Brasil contemporâneos, devo dizer que parece que não. Por isso é que temos de viver constantemente a escolher algum mal menor. Sucede, porém, que no Brasil surgiu uma novidade que pode vir a constituir algo acima da mera linha do mal menor: o movimento monarquista liderado pela família imperial dos Orleães e Braganças. Em verdade, não posso aderir sem reservas a este movimento, porque me impede em especial seu liberalismo econômico. Mas, antes de tudo, e ao contrário de ao menos quase todas as monarquias atuais, nossa família imperial não é de modo algum marcusiana, muito pelo contrário. Depois, não parece ser democratista, ainda que, como um Engelbert Dollfuss, não tenha como escapar de todo do democratismo imperante. Isso é o bastante para que o nosso movimento monarquista seja uma novidade ímpar no mundo atual. Mais que isso, não só cresce, conquanto em ritmo ainda muito difícil de precisar, senão que tende a crescer bem mais, pela simples razão de que o que rui no Brasil não é só o regime oligárquico-comunista-marcusiano do PT: rui a república partidocrática como um todo. Com efeito, não é possível que praticamente cem por cento dos partidos se mostrem corruptos sem que o sistema mesmo de que decorrem não o seja de modo essencial. A nós, pois, a escolha.

Diferenças entre as revoluções liberal, comunista e mascusiana [3]

Assim avança a revolução: primeiro, na revolução liberal, os revolucionários eram os cidadãos oprimidos; depois, na comunista, o proletariado explorado; por fim, na marcusiana ou globalista, as minorias marginalizadas. A quem insiste em chamar esta última de comunista ou marxista, digo-lhe que pense nas seguintes diferenças. Na comunista, a divisão da sociedade era de classes econômicas, ou seja, horizontal (burguesia, pequena burguesia, proletariado, lupemproletariado, campesinato); na marcusiana, é vertical, atravessando todas as classes (mulheres, LGBTs, as desejosas de abortar, etc.). Ademais, na comunista, muitas das atualmente chamadas minorias deveriam ser simplesmente exterminadas, junto com o lupemproletariado; na marcusiana, são, como acabo de dizer, a vanguarda.

Na comunista, por fim, entram as atuais Venezuela, Coreia do Norte, Cuba, China em parte, e o Partido Comunista Grego; na marcusiana, entram os atuais Canadá, países nórdicos, em algum grau boa parte da restante Europa, os Clintons e Obama, Fernando Henrique Cardoso e seu PSDB. Naturalmente, algumas vezes, como no Brasil (PT, PSOL) ou na Espanha (PSOE, PODEMOS), as revoluções se misturam. Mas, assim como o fato de haver plantas que parecem ter algo de animal e vice-versa não nos deve impedir de ver claramente a distinção entre o vegetal e o animal, assim tampouco tais misturas nos devem impedir de saber exatamente contra quem lutamos. Lutar contra um inimigo sem conhecer-lhe perfeitamente a essência é como entrar já derrotado na guerra.

Esta mesma guerra que é preciso os conservadores, religiosos e, outrossim, inimigos da praga progressista conhecerem seus inimigos, este que não tem outra agenda a não ser destruir tudo que é tradicional e importante ao religioso brasileiro.

APÊNDICE

Nesta era de degradação civilizacional não basta apenas nos apegarmos a termos econômicos, sociais ou quaisquer reformas que nosso país precisa, nossa base e civilização têm e sempre terá Cristo como rei. Somos chamados ao combate assim como foram chamados os primeiros cristãos no Império Romano, estes que foram martirizados em nome daquele que veio nos salvar e redimir nossos pecados, que a cada dia é soterrado e oculto da esfera pública. Estaríamos dispostos a tal luta?

Confira a explanação do filósofo tomista Carlos Nougué no YouTube!

Liberalismo, raiz das demais revoluções: https://www.youtube.com/watch?v=hp_ulDLioHk

Diferenças entre revolução marxista e revolução marcusiana:

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[1]Tese definida pelo STF contra a “homofobia”. Disponível em: <https://www.conjur.com.br/dl/teses-stf-criminalizacao-homofobia1.pdf>, acesso em junho de 2019.

[2] NOUGUE, Carlos. Há saída política para o Brasil? Disponível em: <https://www.estudostomistas.com.br/2016/08/ha-saida-politica-para-o-brasil.html>, acesso em junho de 2019.

[3] NOUGUE, Carlos. Disponível em: <https://www.facebook.com/carlos.nougue.1/posts/380407959253763>, acesso em junho de 2019.


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