A associação do conservadorismo à religião

Compartilhe nas redes sociais!

O conservadorismo, antes de ser uma posição política, é nada mais e nada menos que um estado de espírito. Aqui não falo de uma transcendência, mas da elevação da inteligência para a contemplação da realidade. Para pensar em conservadorismo, é preciso primeiro esquecer qualquer aspecto político e imaginar as coisas mais reais e sublimes da vida, como uma boa música clássica; um belo pôr do sol; paisagens reais; uma sociedade muito bem civilizada e educada; um ritual religioso que cause perplexidade.

A partir daí se firma toda a posição do conservador diante da sociedade: o conservador se entende e se coloca no mundo, não como um individuo dissociado de toda a linha cronológica na história, mas um ser que está interligado ao passado, presente e futuro. E ligado ao quê, especificamente?

A tudo aquilo que é de mais valioso nos três tempos; aquilo que mantém toda aquela visualização mencionada acima. Daí compreende-se que boa parte das defesas políticas que as pessoas mais devotadas fazem estão intimamente ligadas ao que um conservador político faça.

Qualquer religião, por si só, ao se ligar a Deus, admite que haja uma ligação entre todas as gerações daquele povo e que as tradições sejam transmitidas de tempos em tempos, sem mutabilidade, a fim de se alcançar um determinado objetivo.

Exemplificando: na Igreja Católica, chama-se comunhão dos santos, onde todos os já mortos que se encontram no céu estão em unidade perfeita com os que já nascem e com os que hão de nascer. Uma oração comum e que explica bem isso é: Glória ao pai, ao filho e ao Espírito Santo. Por todos os séculos dos séculos. Neste caso, século dos séculos se refere a atemporalidade das três pessoas divinas em conjunto com a glória que deve ser dada a Deus por parte de suas criaturas.

O mesmo acontece com o judeu, onde ele se encontra conectado e correlacionado com toda a geração de sua religião, saindo de Abraão, passando por Jacó, Moisés e Davi. E mantém as tradições sacerdotais, de diversas tribos, a todo instante. E assim se sucede também no Islamismo, com gerações que tentam estar unidas à fé e à doutrina do profeta Maomé.

Logo, há mais um ponto de entrelace entre o conservador político, filosófico e o religioso por si só. Todas as religiões são, necessariamente, adequação do indivíduo para uma relação com um ente superior, onde busca-se alcançar uma elevação da sua própria natureza. Não todas. Infelizmente, com o advento da modernidade, a religião vem perdendo o seu real significado.


Compartilhe nas redes sociais!

One Comment on “A associação do conservadorismo à religião”

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *