A influência da Fox News na direita americana

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O canal Fox News (FNC, Fox News Channel) foi criado por Rupert Murdoch em 7 de outubro de 1996. Para o cargo de CEO, Rupert convidou Roger Ailes, na época, ex-consultor de marketing dos presidentes Nixon, Reagan e Bush pai. Estando disponível para 17 milhões de assinantes em seu primeiro dia de transmissão, o canal foi um sucesso instantâneo. De acordo com seu bom alcance em seus primeiros anos, em 2018 o FNC estava presente em 94 milhões de lares americanos (82% dos assinantes de TV a cabo).

Roger Ailes (esquerda) e Rupert Murdoch (direita), fundadores do Fox News Channel

Em 2003, nos primeiros dias da invasão americana ao Iraque, a Fox News tomou o primeiro lugar no ranking de telespectadores entre os canais de notícias e continua no posto até o momento da publicação desse artigo. Por conseguinte, o FNC possui uma das maiores esferas de influência dos veículos de comunicação americanos e qualquer tipo de alinhamento político causa grande impacto nos ideais defendidos pelo povo americano.

Frequentemente, associa-se o FNC com uma agenda conservadora e/ou republicana. Isso se confirma fazendo uma análise das influências da Fox News em resultados eleitorais e na opinião pública. Eventualmente, também é mencionado que seu primeiro CEO, Roger Ailes, foi consultor de marketing de ex-presidentes republicanos. Em pesquisa publicada no jornal da Universidade de Oxford em 2007, implica-se que o FNC convenceu de 3 a 28% dos seus telespectadores a votarem no candidato republicano à presidência em 2000. Isso totaliza uma média de 200.000 votos por estado. Segundo uma outra pesquisa feita pela Gallup em 2013, 94% dos telespectadores da Fox News eram Republicanos ou simpatizavam com o partido. Além disso, 97% dos entrevistados afirmaram que não aprovavam o governo de Barack Obama.

Em junho de 2010, a Fox News recebeu duras críticas do Partido Democrata. Na época, o grupo que controlava o canal, News Corporation, fez doações de 1 milhão de dólares para a Associação de Governadores Republicanos e para a Câmara de Comércio dos Estados Unidos. Este último, sendo um grupo lobista que apoiava os republicanos nas eleições para o Congresso e Senado.

Uma pesquisa do Centro Shorenstein da Universidade de Harvard publicada em maio de 2017 aponta que durante os 100 primeiros dias de governo Trump, o FNC foi o canal de notícias com a menor porcentagem de matérias negativas sobre o presidente (52%), enquanto a média dos outros canais foi de 80%. Em conformidade com o fato exposto, Trump concedeu, até novembro de 2017, 19 entrevistas à Fox News, enquanto todos os outros canais de notícias somados totalizavam somente 6 entrevistas.

Existe um potencial muito grande para mudar os rumos de uma eleição e modificar a opinião pública sobre um tema, desde que isso seja feito de forma competente. A Fox News é muito bem-sucedida nesse aspecto, conforme visto nas pesquisas expostas neste artigo. Logo, fica a expectativa para que a CNN, canal tradicionalmente mais à esquerda nos EUA, tenha um editorial no Brasil semelhante ao do FNC, já que seus financiadores brasileiros possuem visões mais conservadoras.


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