A balbúrdia do ensino superior brasileiro

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A educação contemporânea não tem por objetivo, de fato, educar, mas tão somente distribuir socialmente os indivíduos, através de um ritual de certificados e diplomas. O ensino brasileiro, todavia, está até abaixo dessa concepção. Os alunos, além de não saírem das instituições de ensino com conhecimentos basilares para a elevação do indivíduo, sequer apresentam competência para ingressar no mercado de trabalho.

Jovens terminam a escola e não sabem fazer operações matemáticas simples, apresentam evidente analfabetismo funcional e se dirigem diretamente a cursos de humanidades bancados com o suado dinheiro do contribuinte. Ao invés de aprenderem, são cooptados por movimentos estudantis e transformados em militantes políticos da mais baixa classe. O delírio escolar e o desalento do ensino culminam de um processo revolucionário empreendido desde quase um século.

Segundo a OCDE, o Brasil está entre os que menos gastam com ensino primário, mas possui “investimento europeu” em ensino superior. E qual é o retorno que possui? Não tem qualquer universidade entre as 100 melhores do mundo. Suas “pesquisas” são ignoradas mundo afora. Os espaços das universidades são utilizados para baderna e consumo de drogas. Ao invés de avanços científicos e resolução de conflitos teóricos, parte considerável dos universitários brasileiros estuda gênero, participa de seminários com alunos desprovidos de vestimenta e está engajada em “movimentos sociais” financiados com dinheiro público.

Livre comércio de drogas na UnB, uma das universidades que pode ser afetada pelo corte de gastos

Universidades que, em vez de procurar melhorar o desempenho acadêmico, estiverem fazendo balbúrdia, terão verbas reduzidas, disse o ministro Abraham Weintraub. E está absolutamente correto. Instituições de ensino que financiam eventos improdutivos só podem estar com sobra de dinheiro. O trabalhador não deve arcar, via impostos, com despesas geradas de finalidades não condizentes com o ambiente universitário.

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Alunos despidos na UFBA, outra universidade que pode ser afetada pelo corte de gastos

Qual destinação será dada ao dinheiro que deixará de ser investido nas universidades? Uma boa sugestão é incorporar ao ensino básico, haja vista que os nossos alunos ocupam as últimas posições no ranking mundial de educação. Na última edição do PISA, realizada com escolas de 70 países, Brasil foi o 59º colocado em Leitura e figurou entre os dez últimos nas categorias matemática e ciências. No entanto, investir mais não é sinônimo de sucesso. A educação deve ser repensada de maneira sistêmica. Deve ser reincorporada aos valores clássicos. E para introduzir essa semente, enxergo o ministro Abraham Weintraub plenamente capacitado. Em menos tempo, já mostrou mais coragem e competência que Vélez Rodríguez, o seu antecessor.


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