Em São Paulo, sindicato de professores apresentará teses socialistas e de combate ao bolsonarismo

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Um dos maiores problemas que ainda enfrentamos no Brasil é no âmbito da Educação; de acordo com a comissão de Orçamento para o ano de 2023, a pasta deve receber mais de R$158 milhões. Contudo, de acordo com o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês), em 2018, em leitura, o Brasil conseguiu manter sua posição de 2015, mas ainda está atrás de mais de 50 países e regiões econômicas. Já em ciência, o país caiu algumas posições, para uma colocação abaixo de pelo menos 65 participantes.

Os dados mostram que dois terços dos brasileiros de 15 anos sabem menos que o básico de matemática; já em relação à leitura, os dados apresentam estagnação nos últimos dez anos. Atualmente, o patamar do Brasil deve ser comparável em leitura com a Bulgária, a Jordânia, a Malásia e a Colômbia. Em matemática, com a Argentina e a Indonésia. Já em ciências, os países que estão no mesmo grupo do Brasil no ranking mundial são Peru, Argentina, Bósnia e Herzegovina e a região de Baku, no Azerbaijão.

Nota-se que, de longe, a espinha dorsal para a resolução deste problema não é falta de dinheiro público, mas a mudança do método de ensino. Porém, o Brasil possui algo pior do que isto: a densa influência marxista no ensino, especialmente na rede pública.

O “patrono” da Educação chama-se Paulo Freire. Formado em Direito pela Faculdade de Direito de Recife (PE), desenvolveu seu próprio “método de ensino” enquanto era diretor do Departamento de Extensões Culturais da Universidade do Recife, adotando-o com um grupo de teste na cidade de Angicos, no Rio Grande do Norte. Ali, teria alfabetizado 300 cortadores de cana-de-açúcar em apenas 45 dias, isso porque o processo se deu em apenas quarenta horas de aula.

Seu método, ao contrário do tradicional, enfatiza opoder transformador da palavra. Ele defendia o que batizou de “educação dialógica”, baseada no “diálogo”. Enquanto que o que ele denominava de “educação bancária” (método tradicional, onde o professor ensina e o aluno, aprende) sofria críticas de sua parte, o método criado por ele era realizado com ensino por parte de ambos os agentes (aluno e professor).

Mas, havia outra coisa mais importante para Freire: o “verdadeiro educador” deveria trazer o aluno para a “luta da classe”. Ele descreve isso em “Pedagogia da Autonomia”

“Se há algo que os educandos brasileiros precisam saber, DESDE A MAIS TENRA IDADE, é que a luta em favor do respeito aos educadores e à educação inclui a que a briga por salários menos imorais é um dever irrecusável e não só um direito deles.”

Ou seja, para Freire, os alunos deveriam militar em favor dos professores, pois, segundo ele, “O combate em favor da dignidade da prática docente é tão parte dela mesma quanto dela faz parte o respeito que o professor deve ter à identidade do educando (…)”.

Aliás, a obra “Pedagogia da Autonomia” é toda baseada na perspectiva marxista de “O Manifesto Comunista”:

“Há um século e meio, Marx e Engels gritavam em favor da união das classes trabalhadoras do mundo contra sua espoliação, Agora, necessária e urgente se fazem a união e a rebelião das gentes contra a ameaça que nos atinge, a da negação de nós mesmos como seres humanos, submetidos à fereza da ética do mercado.”

Inclusive, Freire fala que a educação é ideológica:

“… como professor, devo estar advertido que do poder do discurso ideológico, começando pelo que proclama a morte das ideologias. Na verdade, só ideologicamente posso matar as ideologias, mas é possível que não perceba a natureza ideológica do discurso que fala de sua morte. No fundo, a ideologia tem um poder de persuasão indiscutível.”

Em outro trecho, nota-se que a preocupação de Freire não era a de transferir conhecimento:

“…numa perspectiva progressista. Saber que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção.”

Isto assemelha-se muito com trechos do documento “A modificação das atitudes”, publicado pela Unesco em 1964. De acordo com esta produção, o objetivo principal da educação é a modificação das atitudes em geral, utilizando-se de temas transversais.

“Os teóricos modernos da educação compreenderam que a transmissão de informações, por si só, não é suficiente para que se atinjam os objetivos da educação…”
“É claro que, além disso, seria possível dar uma importância maior, nos programas das escolas normais, às disciplinas que se relacionam diretamente a questão do aperfeiçoamento das relações intergrupos.”

Diante do exposto, sabemos que o problema do ensino no Brasil é o método, mas o mais grave é a pesada influência marxista no sistema, sobretudo no setor público. Enquanto que conservadores defendem – com razão – que escola é lugar para aprendizado de Português, Matemática e afins, os progressistas (filhos ideológicos de Paulo Freire) defendem a educação socialista. Lembrem-se do que Freire relatou: para ele, a educação é ideológica.

Do dia 1º ao dia 03 de Setembro acontecerá o XXVII Congresso da APEOESP (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo). As 19 teses a serem debatidas foram publicadas e demonstram que todo o relatado acima neste artigo não é “bobagem bolsonarista”.
Vamos analisar algumas delas:

  1. Por uma APEOESP independente, democrática e SOCIALISTA:
    Lembro que quando surgiu o movimento Escola Sem Partido, que defende o ensino sem viés ideológico, a ala progressista em peso demonizou a iniciativa, inclusive utilizando-se de fake news que diziam que a proposta era de não ensinar mais determinados trechos da História Mundial. A proposta era exatamente oposta: ela defendia que todos os lados deveriam ser abordados, porém sem qualquer defesa a este ou aquele lado. Esta tese mostra que a cartilha de Paulo Freire é seguida à risca: o ensino brasileiro deve seguir viés progressista, de preferência, a linha mais marxista possível.
  2. Corrente Sindical Marxista:
    Aqui está, preto no branco, o que Paulo Freire propagava: não existe educação neutra e sim, progressista. E também está explícito que não há espaço para dialogo, para o contraditório. O professor que ousar pensar diferente será execrado e taxado com nomes impronunciáveis. A experiência de Ana Caroline Campagnolo é o reflexo disso.

  3. Unir e mobilizar os trabalhadores contra o cerco da direita:
    Desde o Regime Militar, a ala progressista apoderou-se do ensino e das salas de aula, disseminando suas ideias. Estes formaram-se na Licenciatura e ensinaram a outros, criando um “ciclo sem fim”, até que este foi quebrado. Com a ascensão da Direita no Brasil, este setor, dominado por ideias marxistas-leninistas, levantou-se com fúria, expulsando professores e alunos, impedido debates e pressionando instituições.

Não há poção ou varinha mágica que resolva os problemas concernentes no ensino do Brasil; é necessário ressaltar que teremos muito trabalho que, infelizmente, não se finalizará em nossa geração. Alias, isso é algo que a ala conservadora e direitista necessita aprender de uma vez: precisamos parar com o imediatismo que nos cerca.

Todo o trabalho começa com base: os pais devem ter uma lupa sobre o que os filhos aprendem na escola; devem ser participativos nas reuniões escolares, trabalhar em conjunto, expor opiniões. Como mãe (de autista) e mãe representante da turma do meu filho, percebo que muitos não querem se responsabilizar pelos próprios filhos; é nessa fragilidade que a ideologia entra e faz o seu estrago.

Mudar a educação politicamente pode até ser possível, mas não trará resultados a longo prazo. O que possibilitará isso será a consciência de cada pai e mãe de que seus filhos são os bens mais preciosos que temos nesta vida; são almas que Nosso Senhor nos permite cuidar. Nossa missão é grande demais para terceirizá-la a alguém do sindicato marxista. Precisamos, sim, ocupar espaços na Câmara de Vereadores, no Conselho Tutelar, na Assembleia Legislativa. Porém, o espaço mais importante a ser preenchido é no coração dos nossos filhos.


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