Líder da oposição ao governo no Senado, o comunista Randolfe Rodrigues transformou sua fala em palanque político; militância esquerdista nas redes promoveu dog whistle contra assessor do presidente.
Na tarde do último dia 24 de março, senadores reuniram-se para, maliciosamente, questionar o chanceler Ernesto Araújo sobre a atuação do Ministério das Relações Exteriores em relação à aquisição de vacinas contra o vírus chinês da Covid-19. Presente na sessão estava Filipe G. Martins, assessor do Planalto para assuntos internacionais.
Na ocasião, Filipe foi filmado ajustando a lapela de seu paletó e teve sua atitude exageradamente comparada a gestos obscenos e até mesmo a símbolos de ódio por políticos e jornalistas de esquerda. Na gravação, é possível ver que o assessor apenas passa o polegar e o dedo indicador sobre seu terno, de forma até displicente, sem sequer direcioná-los a ninguém.
Com o intuito de atacar a chamada ala ideológica do governo Bolsonaro – finalidade à qual a própria sessão parlamentar em si já estava sendo utilizada – o senador Randolfe Rodrigues (REDE) se aproveitou de sua fala para desferir ameaças e acusações infundadas contra Filipe Martins.
Em seguida, jornalistas de esquerda lançaram o dog whistle (tática de acionar a militância e promover linchamento moral contra um adversário) nas redes sociais para vincular o ato do assessor (que é judeu) a uma suposta apologia ao nazismo e à supremacia branca.
No entanto, as narrativas acabaram conflitando. O suposto gesto supremacista (que na verdade significa “O.K” e por vezes é utilizado como gatilho para provocar a esquerda) é feito com os dedos polegar e indicador em círculo e separados dos demais dedos. Já o famigerado símbolo popularmente conhecido no Brasil como um insulto obsceno é usado com os dedos na mesma configuração, mas com a mão invertida.
A caluniosa acusação do senador da REDE – de que o gesto de Filipe significaria o popular “vai tomar no c*” – não corrobora a tese dos difamadores das redes sociais, que acusam o assessor de fazer referência ao White Power, já que os símbolos são inversos em posição.
A propósito, a narrativa lançada nas redes sustenta-se na classificação do Anti-Defamation League, uma organização que alega combater o anti-semitismo e o discurso de ódio às minorias. Porém, uma rápida visita às redes sociais da instituição comprova seu viés claramente progressista e sua associação com políticos e intelectuais da esquerda americana.
Não é de surpreender, portanto, que a lista de símbolos difamatórios selecionados pela ADL seja utilizada para, ironicamente, difamar personalidades de posição conservadora.
Por sinal, para um grupo que diz estar ao lado de judeus, é curioso que a ADL não tenha listado nenhum símbolo ou gesto identificados com o terrorismo islâmico, por exemplo, para auxiliar no combate ao ódio contra os semitas.
No seu insano afã de estimular a execução moral daqueles que julgam como seus opositores, a esquerda histericamente inventa teses absurdas e facilmente desmentidas, como esta da falsa apologia à supremacia branca.
É triste notar que já chegamos à fase em que o delírio é utilizado como método, e as acusações carecem do mínimo de plausibilidade, uma vez que, para seus autores, não é permitido que as pessoas acreditem no que os seus próprios olhos veem, mas sim no soar das trombetas lunáticas e furiosas que anunciam o injusto assassinato de reputações.