O planeta possui pouco mais de 8 bilhões de habitantes. Segundo alguns, estamos à beira de
um colapso. Para outros, passamos da hora de avaliarmos se “vale a pena” termos filhos.
E não é de hoje que se fala de “controle de natalidade”, inclusive, de forma compulsória.
Uma das maiores defensoras deste controle chama-se Margaret Sanger, que fundou a maior rede de clínicas de aborto dos Estados Unidos, a Planned Parenthood. Racista e eugenista, chegou a fazer parte da Ku Klux Klan e se referiu aos pobres como “reprodutores irresponsáveis”:
“Eles são (…) as ervas daninhas da humanidade”, “reprodutores irresponsáveis”, “geram (…) seres humanos que jamais deveriam ter vindo ao mundo”
Além de sua aversão aos negros e pobres, Sanger também tinha repulsa pelos deficientes:
“O controle dos nascimentos consiste, nem mais nem menos, na eliminação das pessoas inadequadas”
Hoje, o chamado “controle de natalidade” recebeu um nome mais sofisticado: planejamento familiar. E com isso, vieram as pílulas e outros métodos contraceptivos. Isso acarretou na chamada revolução sexual.
Percebam que o que era desculpa para “conter o crescimento populacional desenfreado” foi utilizado para promover uma das piores mazelas: destruir a família.
Em virtude do uso dos contraceptivos, aumentou-se a possibilidade de traição; afinal, a amante precisa estar “se cuidando” para não acontecer um “acidente”. E as jovens já não precisavam mais esperar pelo casamento; é só não esquecer de “tomar a pílula”.
E, caso aconteça algo, a clínica de Margaret Sanger está à disposição.
Com o aumento das traições, surgiram doenças; afinal, o mais importante é não engravidar, não é mesmo? Até porque, segundo Betty Friedan
“As donas de casa são desmioladas e sedentas por coisas. . . e não pessoas. O trabalho doméstico ajusta-se na perfeição às capacidades das mentes débeis das raparigas. Isso prende o seu desenvolvimento no nível infantil, pouco menos que uma identidade pessoal com uma inevitável fraca consciência de quem é. . . . As donas de casa encontram-se perante um perigo análogo ao perigo que correram aqueles que caminharam para a sua morte nos campos de concentração. Os factores que levaram à destruição da identidade humana de tantos prisioneiros não foram a tortura ou a brutalidade, mas as condições similares àquelas que destroem a identidade da dona de casa americana.”
A partir dos anos 80, este discurso agressivo foi dando espaço a um “planejamento familiar ecologicamente correto”. Os ditos cientistas apresentavam previsões catastróficas com a “superpopulação”: derretimento das calotas polares antes dos anos 2000, fim dos recursos naturais antes de 1994. Al Gore falava em “destruição de dezenas de milhares de espécies a cada ano”.
As Pedras da Geórgia mostravam que o objetivo principal sempre foi reduzia população com a desculpa de zelar pelo meio ambiente; o primeiro “mandamento” era explícito: “Manter a humanidade abaixo de 500.000.000 em perpétuo equilíbrio com a natureza.”
Para “preservar” a natureza, acaba-se com o ser humano. Já não é mais como diz a Bíblia: “e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai” (Gênesis 1:28), e sim a natureza que domina.
Não estou aqui fazendo discurso de destruição da terra, pois o próprio Deus julgará a estes (Apocalipse 11.18). Mas é fato que o ser humano é que deve dominar.
Estamos em 2023. Nenhuma das profecias dos cientistas histéricos se cumpriu. Mas ainda há quem fale em “castrar as mulheres”. Desta vez, o prefeito de Barra do Piraí, Mario Esteves (PROS), foi quem promoveu a ideia.
Em uma cerimônia de inauguração de uma estrada na cidade, ele comentou sobre a
abertura de creches: “O que não falta em Barra do Piraí é criança. Tem que
começar a castrar essas meninas. Controlar cessa população, é muito filho,
cara. É no máximo, dois!”
Ele ainda disse que deseja que a Câmara Municipal elabore uma lei que limite o número de filhos:
“Fazer uma lei lá na Câmara: no máximo, dois. Haja creche para ser construída ao longo dos próximos dois anos. Tinha que ser um processo municipal, estadual, federal, porque precisa sim desse controle.”
Em uma rápida pesquisa para a elaboração deste artigo, descobri algumas coisas: Mário Esteves tem um filho. Oras, então o discurso da “castração” não se aplica na sua casa, não é?
E para falas abjetas como esta do prefeito, é quase certa a aplicação da famosa citação de Chesterton: “Onde quer que haja adoração a animais, ali haverá sacrifício humano”.
Bingo! A foto de perfil do sujeito mostra que ele é “pai de pet”. Ah, e vegano também.
É importante frisar que não somos contra animais, pelo contrário; muito menos rechaçamos quem deseja se abster de produtos de origem animal. Cada um é responsável por suas ações. Porém, é notório que, quase sempre, quem levanta estas bandeiras, são simpatizantes da redução populacional e coisas deste jaez.
A fala de Mario foi tão absurda ele foi expulso do partido; o Solidariedade publicou uma nota de esclarecimento:
“A Direção Estadual do partido Solidariedade Rio de Janeiro decidiu, por unanimidade, expulsar o prefeito de Barra do Piraí, Mário Esteves, por sua fala misógina, demostrando total desrespeito às mulheres.
O Solidariedade não tolera discursos, ações e demonstrações de qualquer tipo de preconceito”.
Em seu Instagram, o prefeito pediu desculpas pelo ocorrido:
“Infelizmente, no discurso recente de inauguração de uam obra importante para a cidade, cometi uma falha, pela qual mais uam vez peço desculpas.
Em vez de falar ‘planejamento familiar’, ‘laqueadura’, vasectomia’, usei a palavra ‘castração equivocadamente.
Vamos aproveitar essa grande oportunidade de forma positiva para levantar uma pauta nacional, que é o planejamento familiar”
Ao que tudo indica, como diz o ditado, a emenda ficou pior que o soneto. O prefeito insiste em uma medida compulsória de controle de natalidade, uma “solução” aplicada apenas em ditaduras. Uma mentalidade arcaica de que se “Papai Estado” não intervir, nada mais poderá ser feito.