Quando o poder paralelo domina o Estado por dentro

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Tudo ocorreu de forma lenta e progressiva. No princípio, a primeira universidade brasileira, a USP, já nasce inteiramente orientada pelo marxismo de Florestan Fernandes. Era preciso um tempo para formar uma elite acadêmica. E, esse tempo, não foi problema. Havia todo tempo do mundo e, assim foi feito. É claro que naquele contexto, meados dos anos 30, do século XX, o marxismo foi sendo interpretado e difundido como algo bom. Uma benigna proposta de “mudança”, que acabaria com as injustiças socioeconômicas.

Tomaram-se, simplesmente como desconhecidas, todas as tragédias e genocídios provocados pela aplicação do Manifesto do Partido Comunista. Fatos históricos ocorridos por todo o mundo, desde sua implantação inicial, na antiga Rússia. O pouco zelo por leituras e interpretações honestas, tornou o ambiente acadêmico brasileiro, uma ilha das fantasias.

Aos poucos, passo-a-passo, o universo do “ensino” ou da “educação” já não conhecia mais nada, senão o marxismo nas suas mais variadas interpretações proporcionadas pelos revisionistas. Sob a orientação dos serviços secretos de importantes países comunistas, a ditadura do proletariado deveria ser implantada no Brasil, enquanto maior e mais importante país da América Latina. Daí, a formação acadêmica em geral, de repórteres, professores e demais profissionais, inteiramente apaixonados por um marxismo à brasileira, foi uma questão de tempo.  

Agora, o reflexo das formas apelativas e ideológicas de compreensão de mundo, impede a efetivação da lógica racional-cognitiva, impondo ao seu modo, uma interpretação que, por sua natureza ilógica e irracional, não pode aceitar contestação.

Não há como estranhar o fenômeno do assassinato de reputações contra tudo e todos, que ameaçam a hegemonia do discurso revolucionário que, por sua própria natureza, corrupto e perverso, só podem existir num ambiente imoral. Mas, isso não basta. É fundamental impedir qualquer forma de projeto político que vise desmontar a burocracia partidária que se instalou há décadas atrás. Por isso, não pode deixar de jorrar o dinheiro fácil das agências de governo para os espaços artísticos e da imprensa. As escolas e universidades precisam continuar sendo um espaço de reprodução e difusão do ideal revolucionário, a tal da consciência crítica.

É bem aí que reside o maior desafio. Já se passou quase um século de destruição da cultura erudita no Brasil. Não há como simplesmente substituir todo o quadro docente, por outro. A única maneira é fazer vigorar nas escolas e universidades, a liberdade de consciência e de expressão, algo tão aviltado por tanto tempo. Com isso, abre-se a possibilidade de haver a escolha de qual caminho a seguir. Tornar-se-á possível, a abolição da ditadura do pensamento único.

Se ao menos os marxistas e agora os progressistas brasileiros soubessem do que estão falando, se ensinassem o marxismo como seus mentores escreveram e propuseram, seria bom. Pois assim, estariam, eles mesmos, dando um tiro no próprio pé.


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