O coach, que conta com pouco mais de 2 milhões de seguidores no Instagram, promete bater Jair Bolsonaro e vencer as eleições presidenciais. Afinal, da onde saiu esse sujeito?
Confesso que passei a conhecê-lo somente após a famosa excursão messiânica para as montanhas, em que colocou a vida de 67 pessoas em risco. Na ocasião, mesmo com uma chuva fortíssima e rajadas de vento, ele permaneceu guiando o grupo, que foi socorrido mais tarde pelo corpo de bombeiros. O objetivo? “subir na vida”, segundo o coach.
Se nessa ocasião ele proporcionou um severo risco de quedas fatais e hipotermia em seu grupo de seguidores, agora arrisca gerar um dano catastrófico para todo pais. A sua pré-candidatura, lançada em 18 de maio, busca atingir o mesmo eleitorado do presidente Bolsonaro, já que os admiradores de Marçal são majoritariamente cristãos e “conservadores”.
Sem qualquer experiência política, ele diz que Deus garantiu para ele a vitória no primeiro turno e que vai “acabar com esse negócio de esquerda e direita”. Os ataques a Jair Bolsonaro, a quem chama de incompetente, também são comuns.
Ele tem chances de vitória? Será uma surpresa nas eleições? Não, obviamente. Apesar de possuir uma boa presença na internet, não é conhecido do brasileiro médio, que está presente na padaria e nos supermercados. Não seria capaz de atingir 2% do eleitorado, e ele sabe disso. Assim como na excursão às montanhas, o objetivo é tão somente ganhar visibilidade. Aumentar sua base de seguidores fiéis e alavancar o faturamento com a venda de cursos messiânicos.
Além da falta de ética do coach, o grande problema é a dissipação do empenho de parte dos conservadores, que estariam focados na real política, desmascarando Lula e trazendo feitos do governo para mais pessoas. Um aventureiro no cenário eleitoral é tudo que não precisaremos.
Em suma, a situação de Pablo Marçal reforça que nem todos que aparecem por aí utilizando preceitos do Cristianismo são dignos da nossa confiança. Pelo contrário, existem muitos aproveitadores de plantão, que querem somente utilizar da fé alheia para objetivos ligados ao ego e ao próprio bolso.
