No último domingo (20) houve, na Bolívia, as eleições presidenciais. Evo Morales foi reeleito pela quarta vez consecutiva, mas o socialista não foi reconhecido como presidente pelo Ministério das Relações Exteriores. O Itamaraty, de forma bastante contundente, deixou explícito em uma rede social o seu posicionamento:
Para vencer as eleições presidenciais na Bolívia, no primeiro turno, é necessário possuir 40% dos votos com uma diferença de 10%, no mínimo, do segundo colocado. As suspeitas de fraude incidem sobre o fato de que, no momento em que a contagem foi interrompida, Evo estava como 45% dos votos e, o segundo colocado, Carlos Mesa, com 38%. Quando a contagem foi retomada, a diferença entre os dois havia aumentado para um número acima de 10%, o que afastou, integralmente, uma segunda votação.
Em uma coletiva de imprensa, Morales criticou uma missão de observadores eleitorais da OEA e, além disso, alegou ter sido alvo de calúnias por terem duvidado da legitimidade da sua reeleição, bem como ser vítima de um possível golpe de Estado.
O Itamaraty está em anuência para que haja uma auditoria entre a Organização dos Estados Americanos (OEA) e o governo boliviano, a fim de apurar os acontecimentos. O governo brasileiro, de forma categórica, mostra-se interessado em restituir a segurança jurídica no Brasil e na América Latina. O pronunciamento do Ministério das Relações Exteriores reforça, de maneira cabal, o compromisso brasileiro com a verdade e a justiça.