Cesare Battisti é capturado; saiba quem é o terrorista italiano que tem o apoio de grande parte da esquerda brasileira

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Battisti, 64 anos, foi capturado neste domingo por autoridades bolivianas e deve retornar ao Brasil para, enfim, ser extraditado para a Itália. É o que diz o Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Segundo o premiê italiano, o assassino deve ir direto para Roma, o que confronta a posição oficial do governo brasileiro.

Cesare Battisti chamou atenção da imprensa internacional ao receber asilo político do ex-presidente e atual presidiário, Lula da Silva. Na ocasião, ao final de seu mandato, em dezembro de 2010, Lula recebeu inúmeras críticas por parte dos governos de outros países, que o acusaram de tomar essa decisão em função da mera afinidade política entre ambos, ignorando assim as atrocidades cometidas pelo terrorista.

O militante de esquerda foi condenado na Itália à prisão perpétua por quatro assassinatos que ocorreram entre 1977 e 1979 durante ações do PAC – Proletários Armados para o Comunismo, havendo sido delatado por seu próprio companheiro Piettro Muti, que integrava o movimento.

Segundo a justiça italiana, os assassinatos ocorreram a sangue-frio, não tiveram qualquer relação com atividades políticas e foram motivados por vingança. Battisti sempre apresentou transtornos e é dono de uma personalidade completamente imprevisível e ameaçadora.

Mesmo o jornal Carta Capital, conhecido por suas posições socialistas, repudiou a defesa cega realizada por grande parte da esquerda:

“O mito floresceu, embora não existam registros concretos dessa militância, e Battisti angariou simpatia de grupos de esquerda mundo afora. Nem mesmo a posição dos partidos progressistas italianos, incluído o antigo PCI, que nunca reconheceram o alegado ativismo e sempre descreveram o fugitivo como um matador sanguinário, foi capaz de abalar essa convicção firmada no exterior e particularmente no Brasil, onde Battisti goza de prestígio entre filiados do PT e em alas do PSOL. “


Em dezembro de 2018, antes mesmo da posse de Jair Bolsonaro, o ministro Luiz Fux solicitou a prisão do terrorista italiano, que foi declarado foragido pela polícia brasileira. Hoje, ao ser encontrado na Bolívia, não há mais qualquer chance de escape.

Para o primeiro ministro italiano, a prisão trará um alento às famílias das vítimas: “As famílias Santoro, Torregiani, Sabbadin, Campanha, finalmente, poderão obter justiça. A captura e expulsão de Cesar Battisti são um resultado esperado há mais de quarenta anos, que devemos principalmente a eles, bem como às outras vítimas de suas ações criminosas.” O presidente Jair Bolsonaro respondeu: “Parabéns e sempre conte conosco, ministro Salvini”.


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