Já parou para pensar que, de uns anos para cá, o movimento ativista das pautas progressistas vem aumentando? De filmes e séries, passando por publicidade de alguns produtos e até mesmo nos Recursos Humanos das empresas. Em praticamente todos os setores ouvimos alguns mantras: “igualdade de gênero”, “pronome neutro”, “sustentabilidade”, “democracia”, entre outras. Isso não é coincidência: chama-se cultura Woke.
A palavra “Woke” é o tempo passado de “wake up”, que significa “acordado, desperto”; o termo foi utilizado no artigo de William Melvin Keller, publicado em 20 de Maio de 1962, no New York Times, no artigo intitulado “If you’re woke, you dig it” (Se você estiver acordado, entenderá). A expressão foi utilizada por Kelley para tratar da questão racial. Vale lembrar que na época, o movimento dos direitos civis americano estava em curso e sequer a lei de direito ao voto havia sido promulgada.
Contudo, o texto de Kelley não tinha nenhum viés “lacrador”; ele simplesmente viu uma frase escrita no linguajar típico da cultura negra de Nova York, no metrô, e se surpreendeu que ela fosse rotulada como “linguagem beatnik”, movimento de jovens americanos dos anos 40 e 50, que supostamente criticavam o inconformismo e hipocrisia, porém fazendo uso de drogas, sexo livre e de uma vida boêmia. Kelley, então, sugere que as pessoas ficassem “acordadas”. Ou seja: não há nada que possa ser utilizado para promover um movimento progressista.
Mas, se tem uma pratica que a esquerda ama é a de se apropriar daquilo que não lhe pertence, e foi isso que fizeram com a expressão.
O termo woke ganhou força através do grupo Black Lives Matter, que foi fundado em 2013. Os assassinatos de Trayvon Martin e de Michael Brown foram utilizados pelo movimento para inaugurar a hashtag “Stay woke”; até livros foram publicados seguindo esta temática.
Mas, até aí, nada demais.
Porém, em 2017, o Dicionário Oxford (seguindo a regra da Novilingua da obra “1984”) prestou um “belo” serviço para a ala progressista alterando o significado da expressão: woke passou a ser definido como “estar consciente sobre temas sociais e políticos”.
Observem este trecho extraído de uma matéria da BBC:
“Para as pessoas WOKE, trata-se de uma forma de protesto não violento que permite empoderar grupos historicamente marginalizados da sociedade e CORRIGIR COMPORTAMENTOS, especialmente nos setores mais privilegiados que, até agora, eram parte do status quo e persistiam sem punição, nem mudança.”
Aí é que entra toda a militância que vemos hoje!
Recentemente Elon Musk comprou a plataforma Twitter pela bagatela de US$ 44 bilhões e a cada dia tem feito descobertas, no mínimo, interessantes. Uma delas foi o achado de várias camisetas cuja estampa era “Stay woke”, que estavam guardadas na sede da empresa. Vale lembrar que a plataforma era conhecida por conceder espaço em demasia à ala progressista e em censurar aqueles à direita.
Vamos ao exemplo mais recente: a atriz Margot Robbie tem “implorado” para que a DC Comics promova um romance lésbico entre sua personagem, a Arlequina, e Hera Venenosa: “Tenho pressionado por isso há anos. Não posso dizer o quanto tenho pressionado. Eu também quero isso”
A empresa Mc Kinsey Brasil – que, até o fechamento deste artigo, não descobri para quê serve – publicou em seu Instagram algumas dicas politicamente corretas para empresas:
“Repense e organize seu estoque para garantir que pelo menos 15% dos seus produtos venham de negócios de pessoas não-brancas”
“Dobre o número de pessoas não-brancas em todas as áreas de seu negócio”
“Rotule claramente os produtos vindos de negócios de pessoas não-brancas, indicando sua origem e facilitando a decisão de compra”
“Incorpore as histórias de origem nos rótulos e divulgações dos produtos vindos de pessoas não-brancas”
“Use redes sociais e pessoas influenciadoras para promover negócios de pessoas não-brancas”
A empresa de cosméticos Natura (atenção, meninas) lançou a Integrated Profit and Loss (IP&L), uma ferramenta de gestão que mensura e integra ganhos e perdas para medir e reportar os efeitos socioambientais. Além dos resultados financeiros, o IP&L contabiliza o impacto da atuação empresarial nas dimensões ambiental, social e humana. E para coroar a militância: “A compra de créditos de carbono para neutralizar as emissões de gases de efeito-estufa da empresa está entre as atividades que se destacam por trazer um retorno socioambiental acima da média. No total, para cada R$ 1 investido em compra de crédito de carbono, o retorno social foi de R$ 40.”
Em suma, a cultura Woke está ligada a tudo que não presta. É mais uma ferramenta progressista que ecoa entre jovens e ameaça valores tradicionais. As velhas pautas revolucionárias ganharam uma nova roupagem.