Lenin dizia que, quando você tirou do adversário a vontade de lutar, já venceu a guerra. Mas, nas modernas condições de “guerra assimétrica”, controlar a opinião pública tornou-se mais decisivo do que alcançar vitórias no campo militar (Maquiadores do crime, Olavo de Carvalho).
O jornalismo brasileiro não quer somente direcionar os fatos segundo um viés ideológico, mas ditar como o público deve sentir e apreender os fatos transmitidos. A comoção pela morte de animais reina nos grandes jornais e é explorada à exaustão, mas a morte de cristãos ao redor do mundo não é noticiada. Crimes praticados por homossexuais são abafados e amenizados. Dentre diversos outros exemplos.
O marxismo cultural tem afetado o modo como a maioria das pessoas tem percebido certos eventos e atribuído valor a eles. A sociedade é dividida em opressores x oprimidos e interesses midiáticos por detrás fomentam a divisão, pois o que vai em sentindo contrário aos ditos oprimidos assume maior espaço na mídia, com o proposito de gerar mais comoção.
O negro oprimido contra o branco opressor; o homem contra a mulher; heterossexuais contra homossexuais são exemplos de como, pela ótica esquerdista, é analisada uma sociedade cheia de matizes. O jornalismo brasileiro, que é de esquerda, direciona o público para que ele apreenda certos fatos e eventos segundo uma interpretação especifica e distorcida.
O poder da mídia está menos na difusão de fatos do que na interpretação deles. Explicar o que está acontecendo é, para os intelectuais por trás da mídia, muito mais importante do que apenas apresentar os fatos. O momento dos fatos é o momento em que a forma da mente das pessoas precisa estar adequada para recebê-los. Para isso, a mídia precisa oferecer constantes análises e explicações da realidade.
Cristian Derosa – Mestre e Jornalista
A imprensa foca em convencer o publico a acreditar que determinada interpretação de um fato é a mais verossímil e adequada, tornando uma narrativa falsa algo tão verdadeiro que negá-lo seria ignorância, preconceito, intolerância ou mediocridade intelectual. Um exemplo claro é o debate a respeito de atletas homens (transgêneros) poderem estar participando em ligas femininas. Quem questiona sempre é visto como preconceituoso e logo sofre a sentença do tribunal mediático para que se silencie ou mude de opinião. A mídia progressista escolhe qual lado deve ter o apoio do publico e qual deve receber escárnio e ojeriza.
Os jornalistas e comentaristas de esquerda sempre utilizam a palavra “empatia”, e como nos afirma Derosa, “vivemos o império da empatia. As amizades e o círculo social ganharam um valor acima de todos os valores culturais que imperavam nos séculos anteriores, o que deu à socialização um patamar valorativo quase absoluto.”
Através dos três mecanismos da espiral do silêncio (acumulação, consonância e ubiquidade), certas narrativas se tornam hegemônicas e questioná-las torna-se papel para corajosos.
Acumulação – Esse aspecto se refere ao excesso de exposição de determinados assuntos na mídia.
Consonância – Refere-se ao modo similar como certas noticias são tratadas e produzidas possuindo conclusões similares ou iguais.
Ubiquidade – Refere-se à presença da mídia dentro da sociedade.
Viver a verdade alheia sem tê-la como verdadeiramente sua é viver uma mentira. Querer que a realidade, com toda sua complexidade, seja restringida e manipulada pelo patrulhamento progressista, é uma grande tolice. Jordan Peterson bem descreveu o perfil do jornalista da grande mídia: alguém que vive uma mentira na vida e que tenta manipular a realidade através da percepção, do pensamento e da ação, para que apenas um resultado minuciosamente desejado e predefinido tenha permissão de existir.
Carlos Alberto Júnior é professor, palestrante e crítico literário.