Aconteceu na semana passada a convenção nacional do Partido Democrata, que sacramentou a nada surpreendente nomeação de Joe Biden como candidato à presidência dos Estados Unidos.
Durante quatro noites, as principais lideranças do partido somaram-se a figuras públicas e celebridades expoentes do país para discursar a favor de Biden e, como não poderia deixar de ser, contra o presidente Donald Trump.
Alguns pontos chamaram a atenção durante a convenção e carregaram em si significados por vezes implícitos, mas em outros momentos bem escancarados. A começar pelo fato de o evento ter ocorrido todo de forma virtual, com transmissão pelo YouTube, reforçando a proposta de “novo normal” defendida pela esquerda, que se utiliza da pandemia do vírus chinês para tentar eliminar o estilo de vida pré-quarentena.
Para o espectador mais crítico à ideia de medidas restritivas draconianas, a sensação era a de estar assistindo a um filme futurista despótico, no qual a interação humana é rigidamente controlada. Ao invés de uma plateia presencial e calorosa, por exemplo, o que se viu foram rostos com sorrisos quase robóticos projetados em uma tela de mosaico.
No que diz respeito aos convidados, vale ressaltar a hipocrisia e o esforço para retratar Joe Biden como o líder que ele não é, e que nenhum de seus próprios correligionários – a exemplo de Barack Obama, Elizabeth Warren, Hillary Clinton e Bernie Sanders – acreditam que ele seja.
Por sinal, reunir também a nova geração do partido, como Alexandria Ocasio-Cortez, Andrew Yang, Pete Buttgieg, Stacey Abrams, mostrou que Biden não é nada além de uma figura indigesta e que serve de transição para os planos futuros dos democratas de instaurar uma tecnocracia socialista no país.
Nas primeiras três noites de convenção, o radicalismo e o desprezo por Biden ficaram mais evidentes, tendo os democratas até mesmo suprimido a palavra “Deus” do tradicional juramento à bandeira proferido no início do evento. Além do mais, podemos suspeitar que a gafe cometida por Alexandria Ocasio-Cortez – pedindo para os americanos votarem em Bernie Sanders ao invés de Joe Biden – não deve ter sido acidental.
Já na noite que fechou a convenção e na qual o tão esperado discurso de aceitação por parte de Biden foi proclamado, a narrativa foi completamente alterada para vender uma mensagem de moderação e patriotismo que não são mais característicos da plataforma do Partido Democrata desde a morte de John Kennedy.
Vale lembrar também a tentativa risível de desconstruir a caricatura patética e senil que já existe em torno da imagem de Joe Biden, em decorrência de suas inúmeras gafes e esquecimentos durante os comícios de campanha, com a exibição do vídeo de um menino gago na última noite da convenção, suposto admirador do candidato, como forma de gerar empatia às suas fraquezas.
Tentaram, inclusive, projetar o presidenciável como um homem religioso e nacionalista, no intuito de obnubilar seus famigerados registros de perversão sexual contra mulheres e menores, bem como o seu conluio com o Partido Comunista Chinês e as elites globalistas. A propósito, o nome de George Soros, maior financiador de movimentos progressistas e dono do partido democrata, sequer foi citado.
Por detrás da aparência clean e inofensiva que os democratas se esforçaram para transmitir durante a sua convenção, o que na verdade aconteceu na semana passada em Wisconsin foi uma reunião de conspiradores sedentos pelo poder e por destruir a soberania de seu próprio país, com o objetivo de implantar uma agenda de controle estatal absoluto.
Contudo, o que deveria preocupar os conservadores não é tanto o que pode acontecer no dia 3 de novembro, mas sim o fortalecimento vindouro da longa linha sucessória do Partido Democrata, que não dará descanso aos EUA por muitos anos ainda.
TExto primoroso, Rafael. Parabens.