63% dos conservadores são contra moeda única para Brasil e Argentina; medida teria prós e contras

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Em enquete realizada pelo Mundo Conservador, 63% dos nossos leitores, que são conservadores, votaram de forma contrária à ideia. A pesquisa teve 809 participantes, fornecendo uma boa amostragem. No entanto, é provável que o “peso real” não saia do papel, tendo em vista que, diante das evidências, o mais provável é que Jair Bolsonaro tenha efetuado a declaração com o intuito de fortalecer o presidente argentino Maurício Macri, que concorre com a chapa de Cristina Kirchner, uma das maiores representantes da esquerda na América Latina.

Imagem: Instagram – Mundo Conservador

Entusiastas da ideia defendem que a criação da referida moeda deveria abarcar toda a América Latina, assim criando uma barreira aos governantes fiscalmente irresponsáveis, além de facilitar o comércio entre os países da região e reduzir a dependência perante EUA e Europa. Paulo Guedes defende a criação de uma moeda única desde 2008:


“A intenção de criar ao longo da próxima década uma forte moeda regional deflagraria 1 ciclo de reformas para assegurar a convergência de políticas tributárias, trabalhistas, previdenciárias, e assim por diante. Essa agenda positiva criada pela busca de uma moeda continental romperia a inércia que trava nossas lideranças políticas e ameaça a dinâmica de crescimento da América Latina.”

Paulo Guedes

Joaquim Levy, economista e presidente do BNDES, também aprovou a possível iniciativa:


“Sem dúvida nenhuma é um tema interessante, complexo, e que, no caso da Europa [o euro], criou um grande impulso de integração.”

Joaquim Levy

Os discordantes da ideia afirmam que a unificação poderia trazer uma grande desvalorização para a nossa moeda, e recordam que a Argentina passa por um péssimo momento econômico, trazendo dúvidas acerca dos possíveis benefícios. Gustavo Franco, economista e ex-presidente do Banco Central, tratou a possível iniciativa com desconfiança:


“As duas economias, Brasil e Argentina, estão em trajetórias bastante diferentes de macroeconomia e cada um com seus problemas. Lá o assunto inflacionário é terrível. Fizeram recentemente congelamentos e outras coisas. Estamos bem na frente deles nesse assunto e nós temos as nossas agendas de reformas. Então, seguramente, é um assunto para bem depois.”

Gustavo Franco

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