Simone Tebet e a farsa do discurso feminista

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A cada eleição, os candidatos têm um objetivo em comum: a exploração de nichos. Sexo, idade, escolaridade e religião são algumas das características que os que almejam cargos públicos (especialmente no Executivo Federal) procuram para aumentar seu eleitorado.

Em toda história da República brasileira, apenas uma mulher se tornou presidente: a petista Dilma Rousseff. E o fato de pouquíssimas mulheres ingressarem na política faz com que um discurso feminista ganhe força: “mulher não consegue se eleger porque a política foi tomada pelos homens.”

Recentemente, a senadora Simone Tebet (MDB) foi lançada como pré-candidata à presidência da República; e seu primeiro discurso foi “mulher vota em mulher”. Tebet quer utilizar esta frase como bordão de sua campanha para atrair o nicho feminino.

Porque mulher que tem sucesso, mulher que se empodera, mulher que tem protagonismo, ela empodera outra mulher. Mulher vota em mulher.”

A lei 9.504/1997, alterada em 2009, determina que “cada partido ou coligação preencherá o mínimo de 30% e o máximo de 70% para candidaturas de cada sexo”. Além disso, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu que as campanhas de mulheres devem receber, pelo menos, 30% dos recursos do fundo eleitoral e do tempo de propaganda.

Contudo, mesmo com a reserva de cotas, o número efetivo de mulheres na política não aumentou, e o eleitorado feminino, embora seja uma fatia grande, não é participativo. Por que isso acontece?

Primeiro, é preciso reconhecer que homens e mulheres possuem interesses distintos, a começar pelo campo educacional. O historiador Martin Van Creveld, em sua obra “Sexo privilegiado”, explica que, com o fim das escolas single sex, as moças escolhiam cursos de menor complexidade:

“Quando passaram a ser educadas junto com os meninos, se tivessem oportunidade, continuavam gravitando em torno de currículos que exigiam menos, ou que pareciam exigir menos. Por exemplo, escolhiam humanidades em vez de ciências exatas.”

No início do século XX, quando o grau de dificuldade acadêmica foi igualado, as moças começaram a abandonar os cursos de Ciências e Matemática. Em 1916, os homens eram 93% em cursos relacionados à cursos científicos. Em 1928, as mulheres não chegavam a 1% dos mesmos cursos.

No âmbito profissional, as feministas se utilizam da seguinte retórica: “poucas mulheres ocupam cargos de liderança por conta do machismo.” Porém, as estatísticas mostram que a maioria das mulheres não está disposta a sacrificar para chegar a postos de liderança, ou até mesmo cargos públicos:

“Não há nada errado com dinheiro ou poder. Mas eles vêm com um preço alto. E ultimamente, quando as mulheres falam sobre o sucesso, usam palavras como satisfação, equilíbrio e sanidade.” (Trecho do artigo “The Opt-Out Revolution”, de Lisa Belkin)

A conservadora Phillys Schlafly escreveu sobre isso em “O outro lado do feminismo”:

“A maioria das mulheres não tem vontade de desempenhar o trabalho exigido para ganhar eleições: dirigir milhares de quilômetros, apertar as mãos de centenas de estranhos, comer frango de última categoria no jantar e participar de reuniões políticas todas as noites e fins de semana. E a maioria das mulheres certamente não quer se sujeitar a ataques políticos que contestam sua integridade e as investigações de suas vidas pessoais e financeira.”

O discurso de Simone segue a seguinte linha de raciocínio: apenas uma mulher pode resolver o dilema de outra. Ou seja, indiretamente, o homem é dispensável. Mas, trazendo para o cenário político, o cenário é outro.

O presidente Jair Bolsonaro, quando exercia seu mandato como deputado, criou o Projeto de Lei 5398/13, que estabelecia a castração química como condição para um condenado pro estupro voltar ao convívio da sociedade. O projeto foi arquivado.

Outra questão que se pode levantar com este discurso é: mulher sempre é virtuosa e não comete crimes. O feminismo, com seu discurso de superioridade, propagou que “o homem é estuprador em potencial” e que “mulher é sempre a vítima”. Na prática, no entanto, não é assim.

Na famigerada lista de propinas da Odebrecht, várias mulheres estão presentes: Gleisi Hoffmann, Ângela Amin (ex-prefeita), Manuela D’Ávila, Yeda Crusius (deputada federal), Marta Suplicy, Rosalba Ciarlini (prefeita no Rio Grande do Norte), Wilma de Faria (vereadora) e Ana Amélia (senadora).

Sem contar as falsas denúncias de abuso sexual e violência que são fomentadas. Um exemplo recente é de Amber Heard, ex-mulher de Johhnny Depp. O ator processou Amber por difamação, pois ela, que também é atriz, alegou ter sofrido violência doméstica. Ela relatou isso em um artigo para o jornal Washington Post em 2018.

O que Heard não esperava era que Depp disponibilizasse no julgamento um áudio onde ela confessa não ter sido agredida:

“Diga para as pessoas que você foi agredido e veja o que o júri vai achar. Diga: ‘Eu, Johnny Depp, sou vítima de violência doméstica e eu fui agredido’, e veja quantas pessoas vão ficar do seu lado. Você é grande, é forte. Você acredita mesmo que eu abuso fisicamente de você? Eu sou uma mulher de 52kg, você vai dizer que eu te agredi? (risos) (…) Me desculpa se eu não atingi você no rosto com um tapa, mas eu estava te batendo, não estava te socando.”

Não é uma mulher que “empodera” outra, como diz Tebet, não é uma mulher que ajuda e entende a outra. Pessoas de caráter, honestidade e dignidade é que o fazem. No âmbito político, especificamente, vemos mulheres com comportamentos piores que dos homens, seja na corrupção, seja na vida devassa que vivem. Não é o fato de ser mulher que torna alguém digna a ocupar um cargo público, especialmente a cadeira presidencial, mas ter a consciência da responsabilidade que aquilo acarreta e governar para todos, sem ideologismos baratos.


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