O ano de 2025 começou agitado no cenário político global. Donald Trump tomou posse como presidente dos Estados Unidos, Nicolás Maduro iniciou um novo e controverso mandato na Venezuela (após eleições no mínimo suspeitas), mas o que mais surpreendeu foi a renúncia de Justin Trudeau ao cargo de primeiro-ministro do Canadá.
Na tarde de segunda-feira, 6 de janeiro, Trudeau, de 53 anos, anunciou sua saída da liderança do país e do Partido Liberal, além de postergar o retorno do Parlamento para 24 de março de 2025. Este marco encerra uma década de um governo marcado por pautas progressistas, políticas econômicas desastrosas e uma guinada autoritária em nome de uma agenda politicamente correta. Para entender o que levou Trudeau a este ponto, é necessário revisitar o contexto histórico e político de sua gestão.
Ascensão de Trudeau: Promessas Utopistas e o “Mundo de Alice”
Trudeau chegou ao poder em 2015, após 10 anos de governo conservador liderado por Stephen Harper. Este período foi marcado por medidas como redução de impostos, equilíbrio fiscal, incentivo à criação de empregos e o fortalecimento de políticas de segurança. No entanto, com o desgaste político e a estagnação econômica no final de seu mandato, Harper perdeu apoio popular e viu o Partido Liberal ascender sob a liderança de Trudeau, um jovem com um discurso “inclusivo”, “ecológico” e “progressista”.
O primeiro-ministro mais jovem do Canadá desde 1979 prometia uma utopia de igualdade, acolhimento de minorias e proteção ambiental. No entanto, seu governo ficou marcado por imposições autoritárias e graves consequências econômicas.
O Legado Progressista: Ideologia Acima do Bem-Estar
O governo Trudeau implementou uma série de políticas que agradaram às elites progressistas, mas trouxeram prejuízos concretos à população:
• Políticas de imigração e refugiados: O Canadá relaxou suas leis de imigração, aumentando a pressão sobre o sistema de saúde, segurança e habitação.
• Legalização da maconha: Apesar da promessa de controle e arrecadação fiscal, os resultados práticos trouxeram danos sociais e culturais.
• Imposto de carbono: Esta medida elevou o custo de vida, impactando diretamente a classe média.
• Eutanásia desenfreada: A legalização do suicídio assistido transformou o Canadá em um dos líderes mundiais em “eutanásia sob demanda”, inclusive para casos não terminais.
O governo ainda ampliou a militância identitária, alterando a sigla LGBT para o impronunciável “2SLGBTQQIA+” e pressionando empresas e cidadãos a se adequarem a esta agenda, incluindo ameaças de processos judiciais. Trudeau chegou ao ponto de exigir que acordos comerciais internacionais, como o USMCA (com EUA e México), incluíssem cláusulas relacionadas a identidade de gênero.
Autoritarismo na Pandemia
Durante a pandemia de COVID-19, o Canadá sob Trudeau foi um dos países mais rigorosos em lockdowns e exigências de vacinação.
• Perseguição a comunidades religiosas: Os Amish, conhecidos por seus costumes pacatos e isenções tecnológicas, foram multados em mais de US$ 300 mil por não utilizarem o aplicativo ArriveCan.
• Imposição de ideologia no mercado de trabalho: Empregadores e estudantes que quisessem participar do programa de empregos de verão precisavam assinar um termo de apoio à agenda pró-aborto e transgênero, independentemente de suas crenças pessoais.
Queda de Popularidade e Renúncia
A gestão Trudeau não resistiu à pressão. Sua popularidade desabou, especialmente com a crise econômica agravada em 2024. A renúncia da ministra da Fazenda, Chrystia Freeland, em dezembro daquele ano foi um divisor de águas. Freeland discordou de Trudeau sobre a reação às ameaças de Trump de impor tarifas sobre produtos canadenses. Além disso, o governo registrou um déficit fiscal de US$ 43,4 bilhões, 50% acima do projetado, e viu a projeção do PIB cair para 1,7%.
Pesquisas recentes apontaram uma vantagem de 47% para o Partido Conservador, liderado por Pierre Poilievre, que desponta como o maior índice de aprovação entre todos os líderes federais.
A Era Woke no Canadá Chega ao Fim
A renúncia de Justin Trudeau simboliza o colapso da agenda “woke”, que impôs políticas progressistas autoritárias e prejudicou o bem-estar econômico e social do Canadá. Em um momento em que países como Estados Unidos e Canadá começam a rejeitar essa ideologia, o Brasil deve aprender com esses exemplos e voltar ao bom senso conservador. Caso contrário, arrisca-se a trilhar o mesmo caminho de degradação, onde Venezuela é logo ali — ou aqui.