Enquanto escrevo este artigo, quatro importantes corridas eleitorais ainda se encontram em aberto nos EUA e serão decisivas para o desfecho das midterms americanas: Alasca, Arizona, Geórgia e Nevada.
Nesses quatro estados, candidatos republicanos ao governo e ao senado possuem chances reais de vitória, o que poderá ser traduzido não apenas na formação de uma bancada majoritária no Congresso, bem como na soma de mais colégios eleitorais na futura corrida à presidência em 2024.
Antes de falarmos sobre cada uma dessas quatro disputas com mais detalhes, é preciso fazer um apanhado geral das eleições de 2022. Indubitavelmente, a tal onda vermelha republicana ficou aquém do que era esperado pela maioria das projeções.
Os democratas demonstraram resiliência mesmo em face da insatisfação popular com o governo Biden e lograram vitórias pontuais – algumas delas até surpreendentes – que, de certa forma, jogaram água no chopp da festa conservadora.
Destaco aqui os resultados na Pensilvânia, onde os democratas desbancaram os republicanos tanto no governo, quanto no senado, mesmo escolhendo os piores candidatos possíveis para a disputa. O senador eleito John Fetterman, por exemplo, consegue ser mais constrangedor do que Joe Biden ao fazer discursos.
Outra decepção da noite de 8 de novembro foi a derrota dos republicanos no governo de Massachussetts, que vinha sendo um estratégico ponto de resistência em uma região rodeada por estados cujos políticos possuem fortes inclinações progressistas.
Por outro lado, tivemos a histórica e retumbante vitória do governador Ron DeSantis e sua tropa de congressistas na Flórida.
Definitivamente o paraíso conservador na Terra tem nome e endereço, e se os esquerdistas não conseguem dizer até hoje onde o socialismo deu certo, nós podemos apontar o Sunshine State como a prova de que a receita liberdade econômica + valorização das tradições ocidentais resolve a maioria dos problemas que assolam as sociedades do “admirável mundo novo”.
A propósito, muitas análises circulam pela internet coroando o governador reeleito da Flórida como o maior vencedor da noite e única liderança republicana capaz de derrotar os democratas na corrida pela Casa Branca em 2024. Insistem ainda os analistas que Donald Trump, ex-presidente e grande cacife de candidaturas do partido este ano, foi desmoralizado nessas eleições e saiu menor do que entrou.
Permitam-me discordar radicalmente dessas opiniões. É impossível atribuir qualquer tipo de demérito ao homem que, somente indicando nomes aos eleitores desde que foi vítima da maior fraude da história nas eleições de 2020, foi responsável por promover uma heroica reciclagem de quadros no Partido Republicano.
Vários candidatos apoiados diretamente por Trump lograram êxito nas midterms e mesmo aqueles que já brilhavam com luz própria, a exemplo do próprio DeSantis, devem seu sucesso muito mais à defesa da agenda patriota construída pioneiramente pelo ex-presidente do que a qualquer outro fator.
Se há motivos que explicam o desempenho abaixo do esperado obtido pelo Partido Republicano nas eleições de 2022, o correto é associá-los à estratégia do adversário.
Os democratas contaram com somas muito mais volumosas de dinheiro para irrigar as suas candidaturas, além de possuírem um engajamento invejável entre o público jovem, que compareceu em peso às urnas novamente. Por sinal, esse é um alerta vermelho gritante que os conservadores insistem em ignorar.
Vale lembrar também que Donald Trump permanece sendo a única liderança conservadora capaz de arregimentar milhões de pessoas e reunir multidões em seus comícios nos quatro cantos dos Estados Unidos, mesmo silenciado há mais de dois anos pela covarde e criminosa censura das Big Techs. Sendo assim, alimentar uma animosidade entre Trump e DeSantis, além de injusto, é contraproducente ao intento de reconquistar a Casa Branca.
Para completar, retorno como prometido ao assunto que abriu este texto. Farei agora um breve sumário do que está em jogo nas eleições do Alasca, Arizona, Geórgia e Nevada e como elas podem, além de garantir a maioria no senado, inclusive reafirmar ainda mais a importância e sagacidade de Donald Trump.
A situação mais confortável para a direita americana está em Nevada, onde Joe Lombardo e Adam Laxald, candidatos, respectivamente, ao governo e senado, lideram as apurações. Ao se confirmar a vitória de Laxald, os republicanos somarão 49 cadeiras no senado, faltando apenas mais duas para obter a maioria. Uma delas poderá vir através da candidata apoiada por Trump no Alasca, Kelly Tshibaka, que desbancará outra republicana, representante das velhas oligarquias que dominavam o partido. Chegaremos assim a 50 eleitos.
No Arizona o cenário é menos otimista para o senado, porém promissor para o governo, com a candidata Kari Lake (uma verdadeira Trump de saia – pesquisem sobre ela!) disputando aguerridamente, como é de seu costume, com a democrata Katie Hobbs. Vale lembrar que o Arizona foi palco de um dos casos mais escandalosos de fraude nas eleições de 2020 e garantir a vitória nesse estado significará assegurar eleições mais limpas em 2024.
Por fim, a disputa mais eletrizante deste ano. A Geórgia já elegeu o republicano Brian Kemp para o governo do estado, mas terá de esperar até dezembro para definir o seu senador. Isso porque Raphael Warnock, pastor abortista (?) democrata, foi para o segundo turno contra Herschel Walker, ídolo do futebol americano, escolhido a dedo por Donald Trump para essa disputa que já se esperava ser acirradíssima. Aqui há mais chances de vitória do que no Arizona.
Confirmando-se, então, os 51 membros republicanos necessários para a maioria no senado, somados à maioria já dada como certa na Câmara, Joe Biden e Kamala Harris terão muitas dores de cabeça pela frente. Donald Trump, queiram ou não, continua aterrorizando os adversários enquanto pavimenta o caminho para uma vitória conservadora em 2024.