A semelhança entre Bolsonaro e Donald Trump não se limita à visão política. Além de compartilharem de ideais políticos muito parecidos e de terem atravessado eleições bastante conturbadas e atacadas pelo politicamente correto, ambos os presidentes sofrem ataques extremamente parecidos da mídia do seu respectivo país.
Assim que assumiu o poder nos Estados Unidos em 2017, Trump foi alvo do que chamou de “caça às bruxas”. Foi acusado de ter conspirado junto com a Rússia para manipular as eleições. No primeiro embate com o congresso foi chamado de derrotado; é acusado de ser boicotado até mesmo pelo seu próprio partido; seus filhos e sua esposa foram achincalhados pela mídia americana, sendo chamados de antiquados e até de corruptos. Donald Trump chegou a ter até a cor da sua gravata criticada, enquanto Melania Trump foi criticada por não usar véu em um país islâmico.
Bolsonaro, por sua vez, sofreu críticas muito semelhantes desde que assumiu o Palácio do Planalto em janeiro de 2019. Foi acusado de ser subserviente aos anseios dos Estados Unidos; vem sendo chamado de fracassado pelos seus desafios no congresso; é acusado de ser incapaz de criar governabilidade; seus filhos já foram acusados de corrupção e até a primeira dama, Michele Bolsonaro, já sofreu ataques quanto à sua dedicação às pautas relativas aos deficientes auditivos. Consta-se que Michele e seu marido foram criticados por terem ido participar de uma sessão de cinema para deficientes auditivos na terça-feira (26).
O que surpreende na postura da grande mídia é a mudança do foco nos ataques aos dois presidentes. Durante toda a campanha ambos foram bombardeados pelo politicamente correto, sendo chamados de homofóbicos, racistas, machistas, fascistas, etc. Após a vitória e após terem tomado posse, ambos os presidentes se tornam alvo de todos os tipos de críticas possíveis. É como se a grande mídia tentasse criar uma atmosfera de vilania quanto a eles. Algumas críticas chegam a ser completamente infantis.
A mesma fórmula que a mídia usa para criar seus ídolos e seus vilões para vender um produto, ela vem usando quanto à abordagem quanto aos dois presidentes. Qualquer palavra, qualquer gesto e até mesmo a cor de uma roupa é motivo para criar nos telespectadores e leitores a imagem de que ambos são figuras repugnantes e devem ser rejeitadas pela população.
Donald Trump vem fazendo um ótimo governo nos Estados Unidos, recuperando a economia americana com políticas de desestatização, cortando impostos e regulações, além do sucesso na política externa, não se sujeitando às vontades de entidades centralizadoras de poder como a ONU e a União Européia, além da vitória sobre o Estado Islâmico.
O Governo Bolsonaro conta com apenas 3 meses de exercício, não sendo suficiente para que se efetue uma análise justa. No entanto, é perceptível a sua disposição de mudar o cenário político brasileiro, as relações diplomáticas com as demais nações, prezando pelo bilateralismo, e a tão desejada abertura comercial, encabeçada pelo Ministro Paulo Guedes. O establishment teme Trump e Bolsonaro, presidentes independentes, que não se sujeitam às amarras do politicamente correto.