Apoio de Anitta a Lula reforça posição da “classe artística” no período eleitoral

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O mundo do entretenimento exerce uma poderosa influência no comportamento da sociedade. Filmes e novelas, através de seus personagens, são os que “ditam” a moda, por exemplo: qual menina nos anos 2000 não queria a pulseira da personagem Jade, da novela “O Clone”? E aquelas que assistiam à novela mexicana “Rebelde”, que colocavam uma estrela na testa como a personagem Mia, (interpretada pela atriz Anahí) ou pintavam o cabelo de vermelho como a Roberta (personagem da atriz Dulce Maria)?

A influência das celebridades, contudo, podem ultrapassar o limite dos personagens e alcançar o público de maneira mais pessoal, quando o artista em si trata de alguma questão, como a política, por exemplo. Não é raro vermos personalidades do meio artístico apoiando algum candidato, e os aspirantes a cargos parlamentares necessitam de visibilidade. Então, essa relação contribui e muito.

Nas eleições de 1989, por exemplo, as atrizes Claudia Raia e Marília Pêra declararam voto em Fernando Collor, enquanto que a rede Globo mobilizou seus contratados para cantar o jingle “Lula lá”, para o petista. Em 1994, o cantor Domimguinhos (autor das músicas “Eu só quero um xodó” e “Isso aqui tá bom demais”) gravou a música de campanha de Fernando Henrique Cardoso.
José Serra também contou com a ajuda de algumas celebridades em sua campanha de 2006, como Arnaldo Jabor, Ferreira Gullar, Giulia Gam, Glória Menezes, Tony Bellotto, Mauro Mendonça, Nana Caymmi, Fafá de Belém, Paulinho Vilhena, Sandra de Sá e Tarcísio Meira, além de Regina Duarte, que fez um vídeo de campanha no qual relatava o medo de uma possível reeleição de Lula à presidência.

Como podemos ver, é natural que celebridades escolham um candidato e convençam seus admiradores a elegerem o mesmo; porém, essa atitude reflete também o caráter tanto do candidato como do artista que o apoia, e é possível analisar mediante os projetos que o futuro parlamentar defende.

Estamos em ano eleitoral e, assim como em disputas anteriores, membros da classe artística já declaram apoio a algum candidato. Fabio Porchat, por exemplo, disse no podcast “Papagaio Falante”, de Sérgio Mallandro e Renato Rabelo. que seu candidato é Ciro Gomes: “Gosto muito do Ciro, acho ele um ótimo candidato, acho ele muito preparado. Acho que a gente precisa parar um pouco de polarizar.” Outro que sinalizou apoio ao pedetista é o apresentador global Luciano Huck, ao retuitar uma postagem de Ciro com a seguinte legenda: ” A civilidade que pode ajudar a curar as feridas de um país dividido.

Porém, não há personalidade da mídia que atualmente exerça um poder tão influente como Anitta. Exibindo hiperssexualidade, com “músicas” que objetificam a mulher e rebaixam o ato sexual para algo vulgar, ela consegue atrair todos os holofotes para si, e com isso, exercer influência sobre uma boa parte dos jovens da geração atual; por conta disso, foi muito cobrada para se posicionar politicamente.

Com o fato grave ocorrido em Foz do Iguaçu, onde dois agentes de segurança trocaram tiros por uma suposta briga política, Anitta se manifestou declarando voto em Lula para as eleições deste ano.

Qual o perigo de alguém como Anitta declarar voto em Lula? Um trecho de uma matéria da revista Veja exemplifica:

A quantidade de seguidores, o engajamento que ela provoca nas redes, o público fiel que ela tem, o perfil jovem e antenado desse público, além da fama internacional.

Larissa (nome de batismo de Anitta) possui 62 milhões de seguidores no Instagram e 20 milhões no Tik Tok; gravou com celebridades como Madonna, Maluma e Akon. Após declarar seu voto no petista, sites internacionais como Washington Post, 24 Horas El Diario (do México) e Hoy ( da Argentina) repercutiram sua fala. Ela possui, literalmente, uma legião de pessoas que consumem seu produto abjeto tanto dentro como fora do Brasil. E é aí que o perigo se instala.

Falamos no início deste artigo que a atitude de apoiar determinado candidato reflete também o caráter tanto do candidato como do artista que o apoia. E é neste ponto que o perigo se instala quando vemos Anitta e Lula na mesma sentença.

Em Setembro de 2017, o ex-presidiário tratou do tema legalização das drogas em uma fala durante o lançamento da plataforma petista “O Brasil Que o Povo Quer”:

“Como é que a gente vai tratar da questão de drogas neste país? Vai continuar tratando como se fosse um caso de polícia? A gente vai ver jovens, meninos, negros, meninas da periferia, porque são encontrados com baseado são presos e ficam dois anos sem ter alguém para ir liberar essa criança?”

Na última terça-feira, Anitta fez uma transmissão ao vivo com o rapper Filipe Rett para o lançamento da música “Tudo nosso”. Na ocasião, ela abordou o mesmo tema:

“Eu sou super a favor da legalização das drogas, e da maconha, para que as pessoas possam ter empresas legalizadas que geram emprego (…) e acabando com essa guerra que só quem ganha ‘é’ os ricos lá, as milícias, os ‘fulano’, os ‘beltrano’, e só quem morre é o pobre (…) um negócio que o povo vai continuar usando do mesmo jeito (…) Será que o Lula apóia isso, gente? Apóia isso aí, Lula! Tô te dando mó ‘apoião’. Apóia esse negócio aí pra nós”.

Muito embora o trabalho apresentado por Anitta seja de péssimo gosto, infelizmente ela exerce um poder de influência absurdo, que pode se caracterizar no resultado das eleições deste ano. E por apoiar um candidato que também defende as mesmas pautas nefastas, o risco do país entrar em colapso é altíssimo. Para evitar isso, faz-se necessário alertar aos mais jovens (o maior público que ela alcança) para explicar sobre os malefícios de termos um bandido declarado, que defende legalização das drogas, aborto e outros temas, como presidente do Brasil.


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