Vacina anticoncepcional masculina: a nova arma da esquerda na cultura

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Parece que finalmente o sonho das feministas se tornará realidade muito em breve: o jornal O Globo publicou que a primeira vacina anticoncepcional masculina está em fase final de testes e ficará pronta no próximo ano.

O composto químico, denominado Risug (Inibição Reversível do Esperma Sob Controle), foi considerada melhor que a vasectomia, por ser menos dolorosa. O medicamento é um gel que danifica as caudas dos espermatozóides individuais, impedindo-os de fertilizar um óvulo. O procedimento pode ser revertido a qualquer momento com uma injeção de água e bicarbonato de sódio.

Risug utiliza-se de um composto chamado anidrido maleico de estireno, que reveste o ducto espermático; este composto foi utilizado para revestir canos em sistemas de água rurais na Índia, com o objetivo de matar bactérias. Ao contrário dos anticoncepcionais femininos, Risug não é feito a base de hormônios.

Talvez mulheres que não façam parte do conluio feminista, ao tomarem conhecimento desta notícia, sintam-se “aliviadas”, pensando “graças a Deus, agora não precisarei mais tomar remédio sozinha, vou obrigar meu namorado/marido a tomar esta vacina”. Para quem pensa que prevenir a gravidez é uma liberdade, recomendo a leitura das linhas a seguir.

Desde antes dos anos 1930, algumas feministas defendiam que a mulher deveria se “libertar das amarras biológicas”. Alexandra Kollontai, na obra “O comunismo e a família”, pregava que a mulher estaria livre das atividades domésticas e da “prisão” do matrimônio, já que o regime comunista não queria que o “trabalho da mulher não seja desperdiçado em atividades não produtivas no lar e na criação dos filhos, mas que seja aplicado na geração de novas riquezas para o Estado, para o coletivo dos trabalhadores.”

“Portanto, a mulher trabalhadora deve deixar de se preocupar com o fato de que a família tal como está constituída hoje está fadada ao desaparecimento. Seria muito melhor saudar com alegria a aurora de uma nova sociedade que liberará a mulher da servidão doméstica, que aliviará o peso da maternidade para a mulher, uma sociedade em que, finalmente, veremos desaparecer a mais terrível das maldições que pesam sobre a mulher: a prostituição.”

Como método “contraceptivo”, no entanto, Kollontai era favorável ao aborto. Isto está escrito em “O trabalho feminino no desenvolvimento da Economia”. O mesmo discurso dito pelas feministas de hoje – que o “aborto clandestino” é perigoso, mas se feito em condições adequadas é menos prejudicial e perigoso – já era propagado por Kollontai em 1921. Contudo, ela o fazia com certa reticencia, já que o regime, na verdade, queria que as mulheres entendessem que dar à luz era uma “obrigação social”, pois a cada novo bebê, um novo operário para a revolução nascia:

“O poder soviético entende que a necessidade do aborto somente desaparecerá, por um lado, quando a Rússia tiver uma rede ampla e bem desenvolvida de instituições de educação social e de proteção da maternidade, e, por outro, quando as mulheres compreenderem que dar à luz é uma obrigação social. O poder soviético, portanto, permitiu que o aborto seja realizado livremente e em condições clínicas.”

O aborto, embora ferrenhamente difundido e praticado, não era bem aceito até a década de 1950. O que fazer, então? A velha, mas efetiva, lavagem cerebral. Textos e mais textos começaram a jorrar em defesa de uma “libertação sexual” feminina. O pesquisador Pitirim Sorokin chegou a publicar um relatório onde mostrava os efeitos deste pensamento feminista, que “condenava” a América como opressiva e que queria uma nova visão de mundo, sem regras e sem Deus.

Nos anos 1950, Sanger e Katherine McCormick trabalharam juntas na criação da pílula anticoncepcional. Katherine era milionária e financiou a maior parte deste projeto. Foi lançada em 18 de Agosto de 1960, na Alemanha.

Embora muitos não concordem, o objetivo da pílula era desvincular a maternidade do prazer. E, coincidentemente, a década de 1960 foi a que iniciou a proliferação do discurso “faça amor, não faça a guerra”, que promovia o amor livre. E isso fez desenvolver em larga escala o hedonismo.

Hedonismo é uma doutrina surgida na Antiguidade que defende a busca pelo prazer como finalidade última da vida a ser alcançada. Vem do grego Hedonê — nome de uma guia, uma daemon ou uma deusa, na mitologia grega, que representa o prazer. Filha de Eros e Psiquê, Hedonê era a representação encarnada de uma vida prazerosa.

Sobre esta busca incessante, Sorokin escreveu:

“O impulso sexual é declarado atualmente como a mola-mestra do comportamento humano. Em nome da ciência, é aconselhada a sua mais plena satisfação como condição necessária para a saúde e felicidade do homem. As inibições sexuais são consideradas a fonte principal de frustrações, doenças mentais e físicas e criminalidade. A castidade é ridicularizada como superstição e falsa pudicícia.”

Ao ler a última parte do parágrafo, não há como não mencionar a ex-ministra da Família, Damares Alves. No início de 2020 ela lançou a campanha “Tudo tem seu tempo”, com o objetivo de incentivar a castidade entre os jovens. A campanha foi lançada na Semana Nacional de Prevenção à Gravidez Precoce e tinha tudo para ser abraçada por todos, inclusive pela imprensa. Contudo, absurdamente, a Defensoria Pública da União emitiu uma recomendação ao Ministério da Saúde para que a campanha não fosse lançada porque não haveria evidências de que a abstinência poderia prevenir a gravidez.

Perceba: o objetivo é o hedonismo puro e simples. Antes, só as mulheres ficavam reféns do medicamento, agora os homens; o discurso de “controle de natalidade” esconde a propagação da libertinagem, já que com o advento do anticoncepcional, não existe o “peso” da gestação. No fim, é a busca pelo prazer em si mesmo. Afinal, já que a esquerda não possui um freio moral, não possui outra coisa a oferecer.

Em tempo: você é livre para fazer o que achar conveniente para sua vida. O objetivo deste artigo é alertar para as armas que a esquerda utiliza.


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