A volta dos que não foram – Abraham Weintraub, um desistente covarde

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Semana passada tratamos sobre a deputada Janaína Paschoal, que reclamou da falta de apoio do presidente Jair Bolsonaro à sua candidatura ao Senado. A parlamentar, ao exibir um comportamento típico da Dory (o peixinho esquecido de “Procurando Nemo”), esqueceu-se das inúmeras vezes que criticou o presidente, inclusive pedindo o seu afastamento na tribuna da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). Mesmo sem apoio da ala bolsonarista, Janaína insiste em concorrer à vaga.

Porém, nem todos insistem em suas desvairadas e acabam fazendo parte do seleto grupo chamado “A volta dos que não foram”. O mais novo integrante é Abraham Weintraub, ex-Ministro da Educação do Governo Bolsonaro que, percebendo que a falta de apoio lhe traria um vexame enorme na campanha eleitoral, achou por bem retirar seu nome para a corrida ao Palácio Bandeirantes. Ele e seu irmão, Arthur, irão tentar uma vaga no Congresso Nacional.

Abraham explicou em vídeo o que o motivou a mudar de ideia

“Abro mão da candidatura a governador e o Arthur a de senador, para fortalecermos o partido e ter uma bancada federal forte para enfrentar os desmandos do Centrão (… ) A verdadeira direita conservadora precisa ter novamente seus espaços e valores conquistados. Hoje no país temos uma polarização entre esquerda e centrão. Não podemos esquecer que a política do bem se faz a partir das necessidades do cidadão.”

Weintraub, em sua fala, se autodenomina como sendo parte da “verdadeira direita conservadora”, que é formada por um grupo de militantes e intelectuais que mais atrapalharam que ajudaram o presidente Bolsonaro. Parlamentares, ativistas e autores, por não terem seus desejos atendidos (cargos no governo, dinheiro público em seus projetos), passaram a denominar Bolsonaro como “frouxo” e “traidor das pautas conservadoras”. E mesmo depois de tudo isso, Weintraub se sente “injustiçado” ao não ser lembrado pelo presidente. Típico comportamento de Dory.

Em Janeiro deste ano, o ex-secretário de Cultura Mário Frias mostrou que Abraham (que ainda estava no Banco Mundial) e seu irmão estavam curtindo postagens no Twitter que acusavam o presidente de “frouxo”, “covarde” e “vendido para o sistema”. Pessoas do entorno do presidente acusaram os Weintraub de “oportunistas” e de nunca terem sido alunos de Olavo de Carvalho.

Antes disso, em Novembro de 2021, Weintraub já demonstrava sua mágoa por saber que não seria escolhido por Bolsonaro para a candidatura ao Governo de São Paulo. O site O Tempo, à época, explicou por que o ex-Ministro não terial o aval bolsonarista para o cargo:

“Entre apoiadores de Bolsonaro, há um misto de impaciência e preocupação com as manifestações de Weintraub. Sua candidatura a um cargo majoritária é tida como inviável, em razão do próprio perfil do ex-ministro: boquirroto, dado a piadinhas infames, e com gosto pela polêmica. Sua gestão na Educação, tida como ideológica e com poucos resultados a mostrar, não é um bom cartão de visitas.
Em comparação, Tarcísio é avaliado com um dos melhores e mais técnicos quadros do governo, à frente de um ambicioso programa de concessões. Isso poderia dar a Bolsonaro um palanque mais sólido e com menor potencial de causar embaraços.
Ao mesmo tempo, Weintraub é tido até por amigos como um fio desencapado. Há receio de que, frustrado. ele aumente o tom das queixas públicas e até se lance em uma aventura eleitoral independente, por algum partido pequeno, dividindo o eleitorado bolsonarista no maior estado do país.”

Assim como tratamos no último artigo, muitos que se autodenominam como “verdadeira direita conservadora” não pensam em planos para o país, mas em planos de poder. E só os bobos acham que Jair Bolsonaro, com 28 anos de vida pública, não sabe quando o estão usando para atingir seus planos pessoais.


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