A morte do único veículo de televisão plural no Brasil

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Uma das características de regimes totalitários é a censura à imprensa; a esquerda, embora seja verborrágica ao falar em democracia, é quem mais amordaça seus opositores (e, às vezes, alguns aliados).

Mesmo antes das eleições de 2022, a ala vermelha brasileira da força já estava apresentando seus sinais de censura, e quem sofreu na pele foi a Jovem Pan. O veículo de comunicação – com 78 anos de tradição – foi acusado de favorecer o então candidato Jair Bolsonaro em detrimento de Lula. O Partido dos Trabalhadores (PT) entrou com ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) alegando que a emissora estaria noticiando fatos “inverídicos” sobre o petista.

E sobrou até para o Google! A plataforma também foi alvo de ação apresentada por Lula no TSE, depois de uma reportagem da Folha de S.Paulo apresentar relatório em que a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) supostamente alegava que o YouTube priorizava a distribuição de vídeos da Jovem Pan aos seus usuários.

Por conta das ações movidas pelo PT, a Jovem Pan foi obrigada a excluir alguns vídeos de seu canal do YouTube e comentaristas estiveram ausentes. Zoe Martinez, Cristina Graeml, Augusto Nunes e Rodrigo Constantino foram alguns dos que foram afastados até o fim do processo eleitoral. Augusto e Cristina desligaram-se da emissora logo depois.

Segundo informações vazadas, comentaristas da emissora receberam orientação do jurídico da casa para não utilizarem as seguintes expressões: Ex-presidiário; Descondenado; Ladrão; Corrupto; Chefe de organização criminosa. Além disso, não poderia mais fazer qualquer menção entre Lula e o crime organizado – temas que, em cinco minutos de pesquisa no Google, podem ser plenamente provados.

O TSE, inclusive, obrigou a emissora a divulgar uma nota do PT que dizia que Lula é inocente. Eis um trecho do documento:

“Em resposta às declarações dos jornalistas Roberto Motta e Ana Paula Henkel no Programa Pingo nos Is, da JP News, é necessário restabelecer a verdade. O Supremo Tribunal Federal confirmou a inocência do ex-presidente Lula derrubando condenações ilegítimas impostas por um juízo incompetente.”

E para quem pensa que a censura seria apenas durante a eleição se enganou: o Ministério Público Federal (MPF) abriu um inquérito contra a emissora, alegando que a mesma dissemina conteúdo inverídico, que este suposto comportamento estaria incitando “atos antidemocráticos”. Um dos jornalistas citados no documento é Alexandre Garcia – um senhor de idade, diga-se de passagem – que, segundo o órgão, fez uma “leitura distorcida” acerca do artigo 142.

O órgão enviou um ofício para a Jovem Pan determinando que a mesma forneça, em até 15 dias, informações detalhadas sobre sua programação e os dados pessoais dos apresentadores e comentaristas dos programas Jovem Pan News, Morning Show, Os Pingos nos Is, Alexandre Garcia e Três em Um.

Além da emissora, os próprios comentaristas estão sendo perseguidos separadamente. Rodrigo Constantino está com seus perfis retidos no Brasil (sendo visualizados somente via VPN), além de contas bancárias congeladas e o passaporte cancelado, segundo informações da Revista Oeste.

Sou jornalista independente, logo, estou em meu “lugar de fala”, como dizem as feministas. O que estamos assistindo é uma verdadeira perseguição a veículos de oposição. Quem não faz parte do consórcio de mídia é taxado como “reacionário”, ilegítimo”, “passador de pano” entre outros adjetivos.

Amanda Klein, comentarista da Jovem Pan, certa vez ridicularizou seus colegas no Jornal da Manhã por eles estarem se utilizando do senso de justiça ao elogiarem as ações do governo Bolsonaro. Disse que faziam isso por “não serem jornalistas”:

“Quem são os jornalistas aqui? Eu, Adriana (Reid, âncora do Jornal da Manhã) e o Tiago (Uberreich, também âncora do programa) somos os únicos que temos esses títulos, porque os outros passam pano para o presidente Bolsonaro”

Ou seja: para Amanda – e seus coleguinhas diplomados – um jornalista não pode exaltar virtudes de um governo à direita.

A esquerda, que tanto condena a censura que jornalistas sofreram no regime militar, pratica os mesmos métodos – inclusive por via judicial – para calar seus opositores. E a pluralidade de ideias que tanto pregam, por onde anda? Os veículos do consórcio da extrema imprensa aplaudem atos que visam amordaçar seus próprios colegas em prol da “democracia” pelo simples fato de haver discordância.

Ora, estes mesmos que falam em pluralidade não possuem em seu quadro de comentaristas nenhum conservador. Quando que a Globo News cedeu espaço para a direita se manifestar? Quando que a CNN contratou um conservador para ser o contraponto em seus programas?

E o Judiciário, quando cede à pressão da esquerda para calar um veículo de comunicação, está sendo complacente com a censura, inclusive atropelando a Constituição, que assegura o direito da imprensa em seu artigo 5º, inciso IX: “É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença.”
E no parágrafo 2º, está mais claro ainda: “É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística.”

Diante de tanta censura e perseguição, é provável que a Jovem Pan como conhecemos suma em pouquíssimo tempo, seja com a concessão cassada ou com uma mudança drástica de linha editorial. Lamentável.


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