A arte da oratória nas lições de Churchill

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Um dos maiores nomes do conservadorismo político, Winston Churchill (1874-1965) – ex-primeiro-ministro britânico – foi responsável direto por combater o nazismo e disseminar o repúdio a regimes totalitários. Os seus ensinamentos, com base em experiências vívidas, constituem princípios a serem perpetuados por gerações. Por isso, cumpre aos conservadores o estudo e o domínio do seu principal recurso: a oratória.

Tradicionalmente, os historiadores, guiados pela tendência ideológica, sempre mencionam os sofistas como os grandes detentores de uma retórica irrepreensível, consagrando-lhes, inclusive, como os precursores célebres da oratória. Rememorando o contexto da Grécia Antiga, os sofistas eram, na verdade, indivíduos que relativizavam os valores de justiça e moralidade, semeando, à época, discursos falaciosos com o propósito exclusivo de convencimento. Seus principais adversários teóricos foram Platão e Aristóteles – os autênticos responsáveis por teorizar e desenvolver a ciência da oratória -, que expressaram a importância da pertinência ética aliada à persuasão.

Nessa senda, após séculos de altercações filosóficas a respeito do tema, surge Winston Churchill, desenvolvendo, na prática, a consistência das palavras em seus discursos e fomentando as raízes do conservadorismo. O renomado político britânico sempre destacou a relevância da oratória, creditando as suas principais conquistas ao adequado uso da persuasão. A clareza e perspicácia dos seus discursos inflamavam os ingleses e amedrontavam os seus inimigos. Com apenas 22 anos de idade, antes de ingressar na carreira política, Churchill, reconhecendo a importância do que se tornaria a sua principal virtude, escreveu:

“De todos os talentos concedidos aos homens, nenhum é tão precioso como a graça da oratória. Quem dela desfruta possui um poder mais duradouro do que o de um grande rei”.

Posteriormente, com a sua inserção na política britânica, Churchill comprovou a eficácia da sua frase. As palavras, quando usadas corretamente, possuem o espantoso poder de começar ou findar guerras, devido às influências surtidas pela transmissão comunicativa. Nesse sentido, durante a Segunda Guerra Mundial, a oratória prevaleceu em um momento agonizante à história; os nazistas, motivados por um líder atroz, estavam confiantes em desvanecer as tropas inglesas, quando foram surpreendidos por um discurso avassalador de Winston Churchill, proclamado em 1940.

“Iremos até ao fim. Lutaremos na França. Lutaremos nos mares e oceanos, lutaremos com confiança crescente e força crescente no ar, defenderemos nossa ilha, qualquer que seja o custo. Lutaremos nas praias, lutaremos nos terrenos de desembarque, lutaremos nos campos e nas ruas, lutaremos nas colinas; nunca nos renderemos (…)”

Não obstante os alemães possuíssem, naquele momento, uma evidente superioridade nas batalhas, ocupando o território francês e encurralando as tropas britânicas, Churchill nunca considerou a rendição aos nazistas como uma possibilidade, desprezando qualquer hipótese de negociação. O seu discurso fervoroso, guiado por uma oratória impecável, arrancou os aplausos de todos os britânicos, que despertaram uma verdadeira guerra contra a tirania nazista.

Winston Churchill reconheceu, desde cedo, a importância que a linguagem exerce no contexto político. Assim, as palavras proferidas em seus discursos eram minuciosamente selecionadas, dando ênfase ao aperfeiçoamento do vocábulo. Desse modo, além de um esplendoroso orador, Churchill ganhou o prêmio Nobel de Literatura em 1953, representando, nas artes de suas escrituras, o espírito do conservadorismo.

Infelizmente, a essência persuasiva sustentada por uma boa oratória não está restrita aos conservadores. Muitos ativistas e políticos de esquerda – incluindo personagens da história recente –  apropriam-se desse recurso para o convencimento errôneo da população. Indivíduos com carência técnica e intelectual são facilmente manipuláveis por um bom manejo da retórica. Contudo, esse convencimento ilusório é temporário, pois, como alerta o filósofo Olavo de Carvalho, apenas a fidedignidade pode preservar uma oratória; e somente os conservadores carregam a verdade em seus discursos.

É imperioso recomendar, por fim, a leitura do livro ‘‘Churchill e a ciência por trás dos discursos’’, bem como ao filme “O destino de uma grande nação”, no afã de compreender, de forma aprofundada, o contexto histórico e a relevância das lições supratranscritas. Além de ser uma ferramenta essencial às altercações políticas, o domínio da oratória, aliado à retórica, fornece aos conservadores a possibilidade de ascendência na guerra cultural, combatendo as falácias proferidas pela esquerda.

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