Imagine o seguinte: você, padeiro, possui um sócio, que é aquele que injeta dinheiro na empresa. Por conta de alguns movimentos, você começa a desconfiar de seu sócio e o questiona: “Fulano, pode me mostrar a contabilidade?”. E, ao invés de ele, pacificamente, apresentar toda a papelada, ele o ofende e ainda o acusa de ser criminoso pelo simples fato de existir a dúvida. É exatamente assim que as coisas estão acontecendo no Brasil.
“As eleições acabaram”, disse Alexandre de Moraes. No dia 03 de Novembro, após o resultado final do pleito, o ministro do Tribunal Superior Eleitoral, completamente incomodado com as manifestações contrárias (iniciadas a partir do fim da apuração), fez este discurso acalorado, visando dar por encerrado o processo.
Muito embora o pleito tenha acabado, parece que a atuação do TSE continua a todo vapor. Neste mesmo dia, Moraes disse que quem ousasse se manifestar contra o Judiciário Eleitoral e seus métodos, seria considerado CRIMINOSO:
“Não há como se contestar um resultado democraticamente divulgado, com movimentos ilícitos, com movimentos antidemocráticos, com movimentos criminosos que serão combatidos e os responsáveis por esses movimentos antidemocráticos serão apurados e responsabilizados com base na lei”.
Parece que Moraes não estava brincando..
Os primeiros que o ministro considerou como, digamos, infratores, foram parlamentares. Embora a Constituição, em seu Artigo 53, seja clara, é fato que não está sendo respeitada pelo Judiciário. O texto diz: “Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos.” Contudo, aqueles que foram eleitos para serem a voz do povo não parlamento, estão proibidos de parlar.
Os deputados Carla Zambelli (PL-SP), Major Vitor Hugo (PL-GO), Coronel Tadeu (PL-SP), além dos parlamentares eleitos Nikolas Ferreira (PL-MG) e Gustavo Gayer (PL-GO) tiveram seus perfis bloqueados a mando do TSE. O crime? Desconfiar do processo eleitoral. O mais novo bloqueado da vez é o deputado federal José Medeiros (PL-MT), pelo mesmo motivo.
Mas parece que alguém deve intervir. A jornalista Fernanda Salles publicou em seu Twitter uma lista com os nomes de quem foi bloqueado na rede social a pedido do STF/TSE. Então, um perfil de um rapaz chamado Josiano Padovani marcou o mais novo dono da rede, Elon Musk, na postagem. Ele disse:
“Ei, Elon Musk, sua empresa vem impondo uma censura ideológica draconiana ao direito do povo brasileiro à liberdade de expressão. Estamos em um momento crítico de nossa história. O que raios está acontecendo? Achamos que você comprou o Twitter exatamente por esse motivo. Levante-se e levante-se contra a censura agora!”
E milagrosamente, Musk respondeu: “Mas a que censura você se refere?”
E o jornalista Paulo Figueiredo, neto do General Figueiredo, explicou ao mais novo dono do Twitter toda a situação:
“É claro. O Twitter precisa obedecer às decisões do “tribunal” brasileiro. Mas a empresa foi além, impondo espontaneamente sua própria censura, ainda mais rigorosa do que a de nossos tribunais falhos. Seus moderadores estão sendo mais ditatoriais do que nossos próprios tribunais.”
E a resposta: “Vou dar uma olhada nisso!”
Elon Musk está longe de ser um referencial de conservadorismo, contudo trata-se do empresário mais influente do mundo na atualidade, e é importante que os olhos de todos estejam voltados para o Brasil neste momento.
Mesmo que ele não consiga frear propriamente a censura, o simples fato de manifestar contrariedade pode gerar uma forte onda internacional contra o que está acontecendo em nosso país, algo que certamente desagradará aos “iluministros”.