No dia 21 de janeiro comemora-se, nos Estados Unidos, o feriado de Martin Luther King Jr.
Não coincidentemente, a data foi escolhida por Kamala Harris para o anúncio de sua candidatura à corrida presidencial de 2020.
Figura em ascensão no Partido Democrata, a senadora da Califórnia, eleita em 2016, é mais uma a surfar na onda do racialismo identitário e do antagonismo ao presidente Donald Trump.
Agora, Kamala Harris se coloca no front da luta da esquerda americana que tentará, a todo custo, vencer o republicano nas eleições do próximo ano.
Falando um pouco sobre a candidata, Harris, de 54 anos, é conhecida pelos americanos por sua verborragia e irreverência.
Ao assistir às suas entrevistas no YouTube, a impressão que ela passa é a de ser uma mistura de Oprah Winfrey e Michelle Obama – esteticamente e pela linguagem corporal; ao mesmo tempo em que sua retórica assemelha-se, ligeiramente, ao discurso de Hillary Clinton.
Filha de uma imigrante indiana e de pai jamaicano, Kamala Harris encarna, como ninguém, o simulacro do Barack Obama feminino; e é o produto perfeito a ser vendido na boutique do multiculturalismo de cabresto da esquerda americana.
No Senado, ela foi das democratas que fez oposição mais feroz à nomeação do juiz conservador Brett Kavanaugh à Suprema Corte americana; e, óbvio, ajudou a colocar freios na construção do muro na fronteira com o México proposto por Trump.
Além das bandeiras já conhecidas da agenda globalista, a senadora defende políticas de desencarceramento. Porém, é curioso notar que, lá atrás, quando ainda era Procuradora-Geral da Califórnia, Kamala opunha-se à ideia de flexibilizar punições aos criminosos; passado pelo qual, inclusive, a inquisição esquerdista exige-lhe desculpas até hoje.
Kamala Harris revelou que a escolha pelo Martin Luther King Day como o dia em que anunciaria sua candidatura foi estratégica; uma tentativa de colar-se na imagem do ativista.
Mais um dos ícones a ser sequestrado pela esquerda, o também pastor protestante é considerado o maior ativista pelos Direitos Humanos do século XX e referência de 10 entre 10 movimentos de luta pela igualdade racial ao redor do mundo.
No entanto, Martin Luther King Jr. passou longe da política partidária e jamais promoveu o tipo de senzala ideológica que é colocada em prática hoje em dia pelo Partido Democrata; sua luta foi por emancipação, não uma sindicalização coletivista.
Se nas eleições de midterm, em novembro de 2018, os democratas provaram que as candidaturas femininas e de apelo étnico-racial foram uma aposta acertada, tudo indica então que Kamala Harris sai como franca favorita à conquista da nomeação do seu partido no ano que vem.